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Tiroteio fere 9 após discurso de líder do Hezbollah

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postado em 26/05/2008 17:47
O dia de posse do novo presidente libanês Michel Suleiman não foi totalmente pacífico. Um tiroteio entre muçulmanos sunitas, partidários do governo, e muçulmanos xiitas do grupo Hezbollah deixou nove pessoas feridas. O tiroteio ocorreu logo após o discurso do líder do Hezbollah, o xeque Hassan Nasrallah, na avenida Mazraa, que separa bairros sunitas e xiitas em Beirute Ocidental. Partidários do governo e oposição trocaram insultos e começou a troca de tiros, que parece ter sido curta, já que o Exército chegou rápido ao local e restabeleceu a ordem. Mais cedo, Nasrallah havia alertado o governo libanês em seu discurso a não usar a força militar para tomar os armamentos da organização. O alerta de Nasrallah, feito um dia após a eleição de Suleiman no Parlamento, parece marcar um limite para o novo governo. Nasrallah afirmou que o grupo não usará novamente suas armas contra os rivais libaneses, mas lançou um aviso ao governo contra uma possível tentativa de retirar os armamentos do Hezbollah. "As armas da resistência não devem ser usadas para atingir objetivos políticos. As armas do Estado não devem ser usadas para acertar as contas com um partido da oposição política, ou em favor de outros partidos que enfraqueceram a força do Líbano" disse Nasrallah. Nasrallah afirmou ainda que o Hezbollah não está interessado em tomar o poder no Líbano, nação com várias seitas e religiões e quatro milhões de habitantes. "Nós não queremos poder. Nós não queremos governar o Líbano ou impor qualquer coisa sobre os libaneses, porque acreditamos que o Líbano é uma nação com diversidade." Prisioneiros Em seu discurso, Nasrallah também previu que Israel libertará os prisioneiros libaneses que têm sob seu poder "muito em breve." Ele não entrou em detalhes, mas em março declarou que as negociações mediadas pelas Nações Unidas estavam avançando. Acredita-se que o Estado de Israel tenha sete prisioneiros políticos libaneses, enquanto o Hezbollah mantém dois soldados israelenses capturados em julho de 2006, em um incidente que desencadeou a guerra de trinta dias entre o Estado de Israel e o Hezbollah. Os dois soldados israelenses, Eldad Regev e Ehud Goldwasser, foram capturados pelo Hezbollah em de 12 de julho de 2006. O grupo não permitiu que representantes da Cruz Vermelha vissem os dois e não ofereceu provas de que ainda estejam vivos. O Hezbollah espera a libertação de Samir Kantar e seus irmãos. Kantar, um libanês druso, cumpre penas de prisão em Israel que totalizam 542 anos, por ter matado três israelenses em um ataque em 1979, durante a guerra civil, quando os drusos eram aliados dos xiitas. Israel afirma que não discutirá a libertação de Kantar até que receba informações sobre o destino de Ron Arad, um navegador da Força Aérea que desapareceu em 1986, quando seu avião foi derrubado sobre o Líbano.

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