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Empresário dos EUA admite ter feito doações a Olmert

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postado em 27/05/2008 14:49
Jerusalém - A testemunha-chave no caso de corrupção que pode derrubar o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, reconheceu a entrega de envelopes cheios de dinheiro para o político. O empresário norte-americano Morris Talansky disse também suspeitar que parte do dinheiro foi utilizada para bancar o gosto de Olmert por hotéis caros, vôos de primeira classe e bens supérfluos. Talansky afirmou à corte que entregou cerca de US$ 150 mil (R$ 249 milhões) a Olmert, diretamente e por meio de assessores políticos. As doações teriam sido feitas em Nova York e em Jerusalém, durante um período de 15 anos. O norte-americano disse acreditar que a maior parte do dinheiro foi empregada em campanhas políticas. Mas também afirmou que Olmert usou o dinheiro para financiar férias e despesas pessoais não identificadas. O empresário, de 75 anos, disse que não havia registro sobre o destino do dinheiro. "Eu apenas sei que ele adorava charutos caros. Eu sei que ele amava canetas, relógios. Eu achava isso estranho", relatou. Em uma das ocasiões, Talansky afirmou ter ido até um banco para retirar milhares de dólares em espécie, enquanto Olmert esperava em um hotel de luxo. A polícia acredita que Olmert recebeu ilicitamente algo como US$ 500 mil (R$ 830 mil) em contribuições de campanha ilegal ou propinas antes de se tornar primeiro-ministro. Olmert afirmou anteriormente que se tratavam de contribuições legais de campanha e prometeu renunciar, caso seja indiciado. Talansky afirmou na corte que nunca recebeu nada em troca do dinheiro. "Eu não acho que jamais tenha havido suspeitas tão graves contra um primeiro-ministro em Israel", afirmou Moshe Negbi, analista de assuntos legais. Segundo o especialista, Olmert pode ser pressionado a renunciar pelo procurador-geral, mesmo antes de um possível indiciamento. Os problemas envolvendo Olmert dificultam os esforços, apoiados pelos Estados Unidos, para que Israel e os palestinos alcancem um acordo de paz até o fim do ano. Talansky, que não é suspeito no caso, parecia nervoso e estressado no depoimento - ele chorou em dois momentos. 'Habilidade' O empresário demonstrou admiração pela carreira política do atual primeiro-ministro israelense. Segundo ele, Olmert tinha "habilidade de se comunicar com o povo americano, a maior e mais rica comunidade de judeus no mundo". "Por isso eu apoiei o homem." Segundo Talansky, muito do dinheiro foi levantado em encontros em Nova York. Os doadores deixavam contribuições nas cadeiras, após palestras do político israelense - algumas das contribuições deviam ser empréstimos, mas nem todos foram pagos. As doações ocorreram antes e durante os dez anos de Olmert como titular do cargo de prefeito de Jerusalém, até 2003, e no período em que ele foi ministro. No início de 2006, Olmert tornou-se primeiro-ministro. O Departamento de Fraude da polícia interrogou Olmert por duas vezes nas últimas semanas, investigou a chefe de seu gabinete da época, Shula Zaken, e revistou e confiscou documentos na prefeitura de Jerusalém e no Ministério de Comércio e Indústria. A promotoria considera Olmert suspeito por fraude, abuso de confiança, evasão de impostos, violação da lei de concessão de benefícios e pela não declaração efetiva de renda, como estabelece a lei.

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