postado em 27/05/2008 21:47
O Partido Justicialista (PJ, peronistas) qualificou de "ataque antidemocrático com intenção golpista" o protesto dos produtores agropecuários e defendeu, energicamente, o governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, em um comunicado divulgado nesta terça-feira (27/05).
Segundo o PJ, que é presidido pelo ex-presidente Néstor Kirchner, há um "partido agrário de oposição política" que adota as mesmas práticas desenvolvidas pela direção agropecuária antes de golpes de Estado na Argentina, como nos anos de 1930, 1955 e 1976.
O documento, firmado pela direção peronista, denuncia que os produtores agropecuários buscam "impor, e não dialogar", e afirma que o governo "se esforça para ajudar o setor agropecuário com múltiplas medidas".
O texto foi lido em uma entrevista coletiva concedida pelos governadores peronistas de Chaco, Jorge Capitanich, Chubut, Mario Das Neves, e Entre Ríos, Sergio Urribarri.
Protestos
No domingo, cerca de 300 mil pessoas se reuniram em Rosário (300 km ao norte de Buenos Aires) para ouvir os líderes agrários, em um comício que teve o apoio de políticos e se transformou no primeiro grande ato da oposição em cinco meses do governo de Cristina Kirchner.
A questão da taxação sobre a soja parece ter chegado a um beco sem saída: o governo não abre mão de seu programa de impostos móveis sobre as exportações de grãos, e os agricultores não aceitam essa medida e exigem sua suspensão.
O programa tributário desencadeou a rebelião agrária em março passado, que tomou um viés político quando os dirigentes opositores decidiram se rebelar e protestar contra a medida.