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Ministro da Defesa pede a Olmert que deixe o governo

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postado em 28/05/2008 12:10
O líder do Partido Trabalhista e ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, pediu nesta quarta-feira (28/05) que o primeiro-ministro Ehud Olmert, suspeito em um caso de corrupção, deixe seu cargo. "No interesse do Estado, acredito que o primeiro-ministro deve deixar de se ocupar da gestão cotidiana do governo", declarou Barak em coletiva de imprensa um dia depois do testemunho-chave à justiça israelense de um empresário israelense-americano que disse ter entregue cerca de 150 mil dólares a Olmert, que dirige o partido centrista Kadima. O ministro da Defesa disse não acreditar que, dada a atual situação e os enormes desafios que Israel deve enfrentar ; o Hamas, o Hezbollah, a Síria, o Irã, os soldados seqüestrados e o processo de paz ;, o primeiro-ministro possa se ocupar simultaneamente da gestão do governo e de seus assuntos pessoais. Barak teve o cuidado de não agitar a ameaça de uma partida iminente dos trabalhistas, o que provocaria a queda da coalizão governamental, e deixou a bola no campo do Kadima, que, segundo o ministro, deve encontrar um sucessor. "O partido Kadima deve fazer um exame de consciência e eleger um substituto. Se o Kadima não agir para que se forme um novo governo que conte com nosso apoio, fazemos o necessário para que se fixe uma data para eleições antecipadas", insistiu. A legislatura atual deve terminar normalmente em 2010. Por sua parte, a Autoridade Palestina disse temer que a crise política em Israel tenha repercussões negativos no processo de paz israelense-palestino. Um pouco antes, o assessor de Olmert, Tal Silberstein, assegurou que o premier está decidido a permanecer na chefatura do governo. Olmert nega as acusações de corrupção de que é alvo. Morris Talansky, principal testemunha no caso, afirmou que em várias ocasiões entregou dinheiro em espécie ao primeiro-ministro de Israel, num total de cerca de 150 mil dólares. O americano disse ter transmitido essas somas tanto em Israel quanto no exterior em envelopes, por intermédio de Shula Zaken, ex-chefe de gabinete de Olmert. A audiência de Morris Talansky, um israelense-americano que vive em Nova York, durou mais de sete horas na terça-feira, em um tribunal do distrito de Jerusalém. "Eu dei dinheiro em espécie a Olmert para suas campanhas de 1991 e 1992. Ele me disse que preferia em espécie e eu entreguei primeiro recursos de fundos privados e depois quantias arrecadadas nos Estados Unidos para ele", afirmou Talansky, em declarações divulgadas pela rádio pública israelense como parte de seu depoimento no tribunal do distrito de Jerusalém. "Em 1998 também foram entregues valores, a princípio e em cada ocasião, em geral, de 3 mil a 8 mil dólares, sempre em dinheiro, pois Olmert não queria cheques", acrescentou Talansky, afirmando que não havia recebido nada em troca. Olmert teria recebido o dinheiro quando era ministro do Comércio e Indústria (2003-2006). Talansky, que insiste não ter recebido nenhuma contrapartida para este dinheiro, voltará a ser ouvido em julho por ocasião de um contra-interrogatório dirigido por advogados de Olmert. O premier já foi ouvido formalmente duas vezes pelo caso, alimentando especulações sobre uma eventual renúncia. Olmert já havia dito em audiências anteriores que todo o dinheiro recebido foi utilizado para financiar campanhas eleitorais e assegurou que não colocou "nenhuma moeda no bolso". Contudo, anunciou que renunciaria caso fosse culpado oficialmente. Durante o último interrogatório, o premier tentou convencer a polícia de que o dinheiro recebido em 2006, antes de sua nomeação para o cargo, não constituiu suborno, segundo a rádio pública. Olmert é acusado também de retomar as conversações com a Síria para desviar a atenção sobre seus próprios problemas judiciais. O líder da oposição de direita, Benjamin Netanyahu, chegou a afirmar que o atual primeiro-ministro "não tinha nenhuma autoridade para negociar". Segundo uma pesquisa recente, 62% dos israelenses acreditam que Olmert deveria renunciar. Além disso, 51% se mostram favoráveis a eleições antecipadas.

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