postado em 28/05/2008 14:12
Um ex-porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, jogou o presidente americano, George W. Bush, ao inferno, em uma obra que chegará às livrarias na próxima semana na qual o descreve como um fantoche que se precipitou em uma guerra inútil no Iraque. No livro What happened: inside the Bush White House and Washington's culture of deception (O que aconteceu: no coração da Casa Branca de Bush e a cultura do engano em Washington, numa tradução literal), o ex-porta-voz também critica o governo Bush por sua gestão da crise provocada pelo furacão Katrina em 2005, o acusando de ter "passado a maior parte da primeira semana negando" a magnitude da catástrofe, revela a revista Politico que teve acesso a trechos do livro.
"Um dos piores desastres de nossa história se tornou um dos piores desastres da Presidência Bush", escreveu Scott McClellan. Esse panorama foi ainda mais agravado pelas decisões anteriores tomadas por Bush, incluindo, antes de tudo, o fato de ter se "precipitado em uma guerra" no Iraque com um "calendário inapropriado" e "sem ter preparado para o pós-conflito". McClellan, de 40 anos, considera que o povo americano já concluiu "que a decisão de invadir o Iraque foi uma grande falha estratégica".
"Ninguém pode saber com certeza como essa guerra será julgada dentro de algumas décadas, quando poderemos compreender verdadeiramente seu impacto. O que digo é que a guerra deve ser travada somente quando ela é necessária, e a do Iraque não era," ressalta o autor. Ele acusa também o antigo conselheiro de Bush Karl Rove e o chefe da equipe do vice-presidente Cheney, Lewis "Scooter Libby," de terem-no enganado a propósito dos papéis que desempenharam no escândalo da divulgação da verdadeira identidade da ex-agente secreta da CIA Valerie Plame.
McClellan, nascido no Texas de uma família muito politizada, começou a trabalhar para Bush quando o atual presidente era governador desse estado. Também foi porta-voz da campanha presidencial de Bush em 2000, e secretário adjunto de imprensa da Casa Branca entre janeiro de 2001 e julho de 2003, quando se tornou o principal porta-voz da Presidência. Renunciou ; ou foi destituído ; em abril de 2006 e deixou suas funções um mês depois. Sua credibilidade foi afetada pelo escândalo Valerie Plame, esposa de um crítico da guerra do Iraque, o diplomata Joseph Wilson.