postado em 28/05/2008 20:25
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o candidato republicano à presidência, John McCain, apareceram juntos em público nesta quarta-feira (28/05) pela primeira vez em quase três meses. O encontro ocorreu durante um evento fechado para a imprensa para arrecadar fundos, que demonstrou a delicada relação dos dois.
O pré-candidato democrata Barack Obama não perdeu tempo e relacionou McCain ao impopular presidente. Os republicanos já haviam se encontrado ontem no Arizona, em outra reunião fechada. McCain tenta obter o apoio de Bush na arrecadação de fundos de campanha, embora ao mesmo tempo queira manter distância do presidente.
Em conversas privadas, os assessores de McCain dizem que Bush é um fardo para os republicanos. Os eleitores anseiam por mudanças em meio à impopular guerra no Iraque e ao desaquecimento da economia norte-americana. Mas Bush ainda é bem-visto entre uma parcela dos republicanos que McCain busca cativar. O presidente também pode ajudar o candidato a levantar fundos, enquanto os democratas comemoram seus recordes de arrecadação.
Obama subiu o tom dos ataques contra McCain, conforme se consolida como o democrata favorito para adquirir a nomeação do partido na disputa presidencial. Obama ainda mantém uma prolongada batalha com Hillary Clinton, mas parece ter uma vantagem decisiva sobre a ex-primeira-dama. O senador por Illinois conseguiu mais três delegados nesta quarta, ficando assim a 45 dos 2.026 necessários para conseguir a indicação democrata
Phoenix
McCain e Bush se encontraram na terça-feira em Phoenix, em evento onde foram arrecadados US$ 3 milhões (R$ 5 milhões) para o Comitê Nacional Republicano. O único momento em que os dois puderam ser vistos juntos pela imprensa foi no aeroporto de Phoenix, pouco antes de Bush entrar no Air Force One.
Geralmente, os eventos desse tipo organizados pela equipe de McCain têm a entrada da imprensa barrada. Porém Obama aproveitou para atacar o rival. "Sem câmeras. Sem repórteres. E todos sabemos por quê. O senador não quer ser visto curvado diante de um presidente cujas políticas falidas ele promete manter por outros quatro anos", disse o democrata, durante campanha em Nevada.
A última aparição pública de Bush e McCain juntos havia sido no início de março, um dia depois de o candidato ser apontado como o nome republicano na disputa pela presidência. McCain tenta se distanciar do presidente, com discursos enfocando a postura dos EUA no mundo, mudanças climáticas e a resposta considerada desastrosa ao furacão Katrina
Darfur
Em uma rara atitude bipartidária, Obama, Hillary e McCain assinaram nesta quarta um anúncio veiculado no jornal The New York Times. A peça acusa o governo sudanês de genocídio na região de Darfur e pede o fim da violência. A publicidade foi paga por uma aliança de grupos humanitários