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Viúva de Che comemora premiação de Benicio del Toro

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A viúva do guerrilheiro Ernesto Guevara, Aleida March, comemorou nesta quinta-feira (29/05) o prêmio recebido no Festival de Cannes pelo portorriquenho Benicio del Toro por sua interpretação no filme Che de Steven Soderbergh. "Estou muito feliz com a premiação de Benicio, porque acho que merece", declarou March, de 72 anos, ao apresentar o site da internet dedicado aos 80 anos do nascimento do revolucionário argentino-cubano, que será comemorado no dia 14 de junho. "Acho que trabalhou muito intensamente nisso. Foi um sonho que ele teve, e estou muito feliz", ressaltou a esposa cubana do revolucionário, que dirige o 'Centro de Estudos Che Guevara', localizado em Havana. Cannes Del Toro recebeu no domingo passado o Prêmio de Melhor Interpretação Masculina do 61º Festival de Cannes por seu papel do conhecido guerrilheiro no filme rodado em espanhol de 4 horas e meia, dividido em duas partes. March ressaltou que ainda não viu o longa-metragem, e que por isso não podia dar uma opinião, embora o Centro de Estudos Che Guevara tenha trocado informações com a equipe de filmagens. "De uma forma ou de outra em algum momento trocamos informações, mas infelizmente não o vimos (...) eles (os produtores) nos prometeram que enviarão uma cópia para nós", disse María del Carmen Arriet, diretora do Centro. Ela acrescentou que o filme "é importante, mas além de seu próprio conteúdo, porque é possível realizar diversas leituras (...) Vai além da mensagem, da qualidade estética e ética do filme (..) creio que nos permite entender o significado, (...) a trascendência do pensamento, a vida e a obra de Che, que ficarão para sempre". Camilo Guevara, filho de Che de 45 anos, disse em Viena, onde abriu uma exposição fotográfica em homenagem ao 80º aniversário, que após a apresentação do filme em Cannes quer que um dia os cubanos também possam rodar um filme sobre seu pai. O longa-metragem de Soderbergh narra a vida de Che desde 1956, quando se juntou aos rebeldes "barbudos" liderados por Fidel Castro, até sua morte nas selvas da Bolívia em outubro de 1967.