postado em 30/05/2008 18:05
Líderes do governista partido israelense Kadima planejam reunir-se nos próximos dias para decidir em votação interna quem substituirá o primeiro-ministro Ehud Olmert, disseram nesta sexta-feira (30/05) membros do grupo político. Olmert vem desafiando o pedido de seu principal parceiro na coalizão governista, o ministro da Defesa Ehud Barak - do esquerdista Partido Trabalhista - para deixar o cargo por causa de um escândalo de corrupção. Uma pesquisa divulgada nesta sexta pelo jornal israelense Yedioth Ahronoth<>/i indicou que a vice de Olmert, a chanceler Tzipi Livni, venceria uma votação interna para escolher um novo líder para o partido centrista.
Livni, a principal negociadora de Israel com os palestinos, teria o apoio de 39% dos membros do Kadima, segundo a pesquisa. O ministro dos Transportes, Shaul Mofaz, vem em segundo lugar, com 25%. Mas uma outra pesquisa publicada pelo jornal Maariv indicou que Livni, como sucessora de Olmert, perderia para Binyamin Netanyahu, do direitista Partido Likud, se eleições gerais fossem realizadas nesta sexta. O deputado Tzachi Hanegbi, do comitê central do Kadima, disse à Rádio Israel que os delegados do partido se reunirão para discutir sobre uma votação interna depois que Olmert voltar de uma visita aos EUA no final da próxima semana.
Esperança
Segundo fontes do Kadima, Olmert quer que o partido adie por alguns meses a votação interna, com a esperança de sair inocentado das investigações sobre a acusação de que aceitou dinheiro de um empresário americano. Ele negou as acusações, mas disse que se for indiciado renunciará ao cargo. A pesquisa do Yedioth Ahronoth revelou que 60% dos membros do Kadima acham que Olmert não deve renunciar nesse estágio das investigações.
Em meio à crise política, Olmert vem tentando manter sua rotina de trabalho e se reunirá com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, na segunda-feira. No entanto, o escândalo de corrupção que ameaça prejudicar ainda mais sua reputação também põe em perigo as negociações de paz com os palestinos e seus vizinhos árabes. Ainda nesta sexta, soldados israelenses dispararam contra mais de 3 mil partidários do Hamas que protestavam na principal passagem fronteiriça entre a Faixa de Gaza e Israel, ferindo seis palestinos, dois deles gravemente.