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Austrália conclui retirada de tropas do Iraque

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postado em 02/06/2008 12:43
Canberra - O primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, acusou nesta segunda-efira (02/06) seu antecessor de abusar de informações secretas para justificar a entrada do país na guerra no Iraque. Rudd disse também que o povo australiano foi enganado. Ontem, os 550 soldados da Austrália que estavam na cidade iraquiana de Talil baixaram a bandeira australiana. O ato marcou o fim das atividades australianas em território iraquiano. A volta dos militares será marcada por uma parada em 28 de junho, na cidade costeira de Brisbane. Rudd afirmou ao Parlamento que a nação deve aprender com os erros do seu antecessor, John Howard, que enviou 2 mil soldados para apoiar as forças norte-americanas e britânicas na invasão do Iraque, em 2003. "De grande preocupação para esse governo foi a maneira como a decisão de ir à guerra foi tomada: o uso abusivo de informações secretas, o fracasso para divulgar para o povo australiano a qualidade dessas informações." "O público não foi alertado sobre o aviso anterior à guerra de que um ataque ao Iraque aumentaria a ameaça terrorista, não a diminuiria", continuou o primeiro-ministro. "A decisão de ir para a guerra foi tomada sem uma avaliação completa e adequada do governo de suas conseqüências", garantiu. Antes da invasão, Howard afirmou que o então presidente iraquiano Saddam Hussein precisava ser deposto, para evitar a proliferação de armas de destruição em massa e do terrorismo. Não foram encontradas armas de destruição de massa no Iraque e não foram estabelecidas ligações claras entre Saddam e a Al-Qaeda nem outras redes terroristas. Para Rudd, Howard acreditou de forma errada que a proximidade da Austrália com os Estados Unidos deixava o governo sem opção, a não ser entrar na guerra. Rudd afirmou que esse alinhamento não deve ser automático. A campanha de Rudd durante a eleição geral de novembro tinha como uma das principais bandeiras a retirada das tropas australianas do Iraque até o meio de 2008. Howard declarou estar "perplexo" com a retirada, defendendo que as tropas do país enfocassem mais o treinamento das forças iraquianas. Vinte e sete australianos foram feridos no Iraque. Nenhum morreu em combate.

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