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Mundo da moda homenageia Yves Saint Laurent

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postado em 02/06/2008 19:55
Estilistas de todo o mundo homenagearam nesta segunda-feira (02/06) o colega francês Yves Saint Laurent, o homem que revolucionou a imagem da mulher do século XX, falecido no domingo, em Paris, aos 71 anos, após uma longa enfermidade. "Saint Laurent foi um dos melhores estilistas, um dos poucos que alcançava a perfeição em cada coisa que tocava", disse a estilista britânica Vivienne Westwood. Para o estilista Christian Lacroix, o segredo de seu sucesso estava na sua extraordinária versatilidade. "Chanel, Schiaparelli, Balenciaga e Dior fizeram coisas extraordinárias, mas trabalharam com um estilo particular", comentou Lacroix, destacando que "Saint Laurent é muito mais versátil, com uma combinação de todos eles". O francês Jean Paul Gaultier assinalou que o estilista foi seu "ídolo", um "modelo para ser seguido", enquanto o italiano Valentino afirmou que ele era "um gigante" com uma "imaginação sem limites". Valentino e Saint Laurent estudaram juntos em Paris, onde compartilharam "festas intermináveis" no famoso Café de Flore, comentou o italiano. Karl Lagerfeld, durante muitos anos grande rival de Saint Laurent, não quis comentar sua morte. "Eu quero lembrá-lo não só como o maior estilista de sua época, como também como era há 20 anos, quando o visitei em sua casa de Marrakesh", disse, por sua vez, Giorgio Armani. "Lamentamos não tê-lo conhecido pessoalmente, nós que aprendemos tanto com ele, que nos inspirou tantas vezes, milhões de vezes", reconheceram os estilistas Domenico Dolce e Stefano Gabana. O grupo Gucci também lamentou a morte do estilista, que "desafiou as regras da moda, inventando, novamente, a elegância francesa. Seu falecimento deixa um enorme vazio e também uma herança sublime". O presidente francês, Nicolas Sarkozy, avaliou que, com sua morte, desaparece "um dos maiores nomes da moda", o primeiro a elevar a alta-costura ao status de uma arte, garantindo-lhe um "brilho planetário". Sua mulher, a primeira-dama da França e ex-modelo para a Saint Laurent, Carla Bruni, afirmou "sentir um grande pesar" pelo falecimento do "artista, de um ser humano excepcional", segundo um comunicado oficial. O jornal "Financial Times" escreveu que "a morte de Yves Saint Laurent nos permite evocar como ele revolucionou a vida das mulheres trabalhadoras. Hillary Clinton (pré-candidata democrata à presidência dos EUA) tem uma boa razão para se sentir agradecida a Saint Laurent". Desde os grandes jornais até os tablóides, a imprensa americana também prestou homenagens a esse gênio da moda. "Gigante da costura durante 45 anos", segundo o "New York Times", Yves Saint Laurent queria "se pôr a serviço das mulheres, de seu corpo, de seus gestos, da sua vida", escreveu o "Washington Post". As homenagens correram o mundo na imprensa mundial. O jornal milanês "Corriere della Sera" saudou um "inovador que soube oferecer uma nova liberdade à mulher, com roupas que entraram na história, como o terninho com calça comprida, as roupas no estilo safári e o smoking". "Ele deu à mulher elegância e coerência em um momento em que a moda, assim como o mundo, afundava no caos", considerou o jornal britânico "The Times". Os sites de publicações influentes como , da revista "Vogue", ou o , da "Women's Wear Daily", anunciaram o falecimento e a data do funeral, enquanto se esperava a reação dos grandes estilistas nova-iorquinos ao longo do dia. Hanae Mori, uma das estilistas japonesas mais famosas e a única mulher asiática aceita como membro com plenos direitos da exclusiva Federação Francesa de Alta-Costura, disse estar "emocionada" com a morte de Saint Laurent. "Era uma pessoa exemplar", assinalou Mori, que abriu seu próprio salão de vendas nos anos de 1970, em Paris. "Antes de tudo, ele entendeu quem era a nova mulher. Desenhou calças muito confortáveis para as mulheres que trabalham, mas ao mesmo tempo sofisticadas. Muito funcionais, mas também elegantes", acrescentou a japonesa. Até mesmo estilistas que nunca apreciaram, especialmente, seu estilo vanguardista aplaudiram a faceta visionária de Saint Laurent, destinada à mulher que possui independência econômica e se veste de forma funcional, sem perder o componente feminino. "Quando foi lançada a primeira linha de calças, não gostei, porque pensei que escondia as pernas da mulher, um dos seus atributos mais sexy", admite o estilista japonês Jun Ashida. "Mas Saint Laurent tinha um olho penetrante sobre a mulher trabalhadora. Ele previu, acertadamente, os novos tempos e mudou o mundo. É o imperador do mundo da moda", afirmou Ashida. A chefe de redação da revista britânica "Vogue", Alexandra Shulman, destacou que o estilista francês contribuiu para democratizar a moda. Antes de Saint Laurent, a moda só tinha espaço para "pequenos salões para gente rica", declarou Shulman à BBC. "O francês levou a moda para as pessoas, era jovem e genial. As estrelas do pop saíam com ele, e as novas gerações se relacionavam com ele", lembrou. François Pinault, patrono do império da moda PPR, afirmou que "Yves Saint Laurent transformou tudo a serviço da paixão, para que a mulher brilhe e liberte sua beleza e mistério". A estilista australiana Collete Dinnigan, conhecida por seus vestidos de gala - usados por atrizes de Hollywood, como Nicole Kidman e Cameron Díaz - classificou Saint Laurent de "gênio". "Sua morte é uma tragédia, foi um estilista ícone", declarou Dinnigan, citada pela agência de notícias australiana APP. Para Pierre Bergé, seu companheiro de longa data, YSL "revolucionou a alta-costura" e "acompanhou a evolução das mulheres": "todas as mulheres do mundo inteiro lhe devem alguma coisa de alguma maneira". A top model britânica Naomi Campbell também lhe prestou uma homenagem, afirmando que "ele fez tanto pelas pessoas de cor" e foi "extremamente importante" para sua carreira. A atriz francesa Catherine Deneuve, sua fiel cliente, que desfilou seus modelitos tanto nas telonas, como na vida real, saudou "um artista que foi um gênio" e suas "maneiras de pressentir as coisas, de ter inspirações, lampejos de invenção".

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