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Berlusconi autoriza 'expulsão' de ciganos de metrópoles

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postado em 02/06/2008 20:04
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, concedeu aos prefeitos de Roma, Milão e Nápoles, as três maiores cidades da Itália, poderes extraordinários para resolver o que chamou de "emergência cigana", segundo o jornal espanhol El Pais. Desde que foi eleito em abril, Berlusconi vem endurecendo a política contra imigrantes, especialmente os romas (ciganos), vistos com desconfiança por muitos italianos. O ministro do Interior, Alfredo Mantovano, chegou acusar os romas de estarem ligados a roubos, assaltos e raptos A aprovação dos poderes especiais, publicada no sábado na Gazeta Oficial italiana, prevê uma verba inicial de %u20AC 3 milhões (US$ 4 6 milhões) para que os prefeitos "realoquem ou expulsem" as comunidades ciganas das regiões do Lácio, da Lombardia e da Campânia. "As ações que devem ser tomadas são o controle e recenseamento de todos os ciganos, além da adoção, em colaboração com a polícia, das medidas necessárias em relação a indivíduos que possam ser objeto de ações judiciais", de acordo com a ordem aprovada por Berlusconi. A medida prevê ainda que os prefeitos poderão desmontar acampamentos ilegais e obrigar seus moradores a se mudarem para locais mais afastados A desconfiança em relação aos romas - etnia originária principalmente da Romênia - não é novidade na Itália. O governo de centro-esquerda de Romano Prodi, que caiu no começo do ano, também foi pressionado pela população para que lidasse com a população cigana. O problema voltou a ocupar as manchetes dos jornais italianos quando uma jovem roma foi acusada de ter tentado raptar um bebê italiano em maio, em Nápoles. A acusação, não confirmada pela polícia, foi o suficiente para que grupos de moradores enfurecidos incendiassem dois acampamentos de ciganos No sábado, em entrevista ao jornal Il Tempo, Mantovano não poupou acusações à etnia. "Como demonstram os números e a realidade sociológica, os romas são uma etnia ligada a certos tipos de crimes, como roubos, assaltos e até raptos", acusou o ministro, do partido de extrema direita Aliança Nacional. A Romênia e a comunidade internacional criticaram o recente endurecimento da política italiana contra os ciganos. Na semana passada, a organização Anistia Internacional disse estar alarmada com o que chamou de "clima de discriminação" na Itália

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