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"Irã quer uso pacífico da energia nuclear", diz aiatolá

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postado em 03/06/2008 11:56
Teerã - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta terça-feira (03/06) que seu país manterá seu programa nuclear, mas voltou a negar a intenção de produzir armas atômicas durante uma cerimônia em memória a um dos fundadores da República Islâmica, o aiatolá Ruhollah Khomeini. "O Irã quer o uso pacífico da energia nuclear e vamos buscar e alcançar isso, apesar da inveja de nossos inimigos", afirmou Khamenei. "Nenhuma nação inteligente está interessada em produzir uma arma nuclear", pois não seria lógico usá-la, completou. Ontem, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, pediu mais clareza ao Irã sobre seu programa nuclear. Segundo a AIEA, o país não forneceu alguns documentos solicitados. Também nesta terça, a ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, disse a parlamentares do Comitê de Defesa e Relações Exteriores que a comunidade internacional deve pressionar Teerã. Para ela, a alternativa de uma operação militar contra o país não deve ser descartada. Os comentários da ministra foram feitos durante uma reunião fechada da comissão. Um dos deputados, falando sob condição de anonimato, relatou que Tzipi disse que "qualquer hesitação para agir contra o Irã cria a impressão de fraqueza". Ela teria ainda criticado os países que se opõem a sanções a Teerã no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Além de defender seu país, Khamenei censurou a postura dos Estados Unidos. Segundo o aiatolá, os norte-americanos, "que estão liderando a oposição à energia nuclear do Irã, firmam acordos nucleares com países menos avançados", o que deixaria essas nações dependentes dos EUA. Khamenei não especificou quais seriam esses países. Recentemente, firmaram acordos de cooperação nuclear com Washington os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e a Arábia Saudita. O líder iraniano disse ainda que os membros do governo George W. Bush agem de forma errática, em postura similar a "doentes mentais". Os Estados Unidos e Israel acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. Teerã nega a acusação e assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica.

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