postado em 03/06/2008 12:42
BUENOS AIRES - As exportações da Argentina, maior exportadora mundial de farinhas e azeites de soja, começaram a ser afetadas pela primeira vez em quase 90 dias de rebelião fiscal de agricultores, informou nesta terça-feira (03/06) uma fonte empresarial. "Foram afetadas as operações de milho, soja e outros grãos nos terminais portuários", disse uma fonte da Bolsa de Comércio de Rosário, maior pólo agroindustrial, 300 km ao norte de Buenos Aires.
As organizações do maior movimento agrário do país decidiram estender na segunda-feira por mais uma semana seu ato de protesto, que consiste em paralisar a comercialização interna de grãos destinados à exportação. "Há quatro fábricas paralisadas por falta de matéria-prima, como milho e soja", acrescentou a fonte.
O conflito com milhares de agricultores eclodiu quando o governo elevou os impostos às exportações de soja, cuja colheita foi avaliada em cerca de 24 bilhões de dólares, dos quais se tenta obter uma arrecadação fiscal de 11 bilhões. Nos portos da chamada Grande Rosário 75% do milho exportado pela Argentina é embarcado. O país é o quinto maior exportador desse grão.
A presidente Cristina Kirchner disse nesta terça-feira em Roma, onde participa da cúpula da FAO, que o conflito com os agricultores argentina é impulsionado pela "ação especulativa dos 'pooles' (investidores) de grãos".