postado em 03/06/2008 20:32
PEQUIM - A praça Tiananmen, da Paz Celestial, estava sob vigilância reforçada esta terça-feira (03/06), na véspera do 19º aniversário da repressão ao movimento democrático nesta ampla esplanada do centro de Pequim e arredores.
Viaturas da polícia circulavam na praça, igualmente ocupada, como de costume, por numerosos turistas atraídos pelo mausoléu do ex-presidente Mao Tsé-tung, a sede do Parlamento, ou pela entrada sul da Cidade probida, constatou uma correspondente da AFP.
Em silêncio há 19 anos na mídia chinesa, o aniversário da sangrenta repressão adquire, este ano, uma dimensão suplementar, a 66 dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, para os quais a China se comprometeu a melhorar a situação dos direitos humanos.
A organização Human Rights Watch, com sede em Nova York, chamou mais uma vez a China a respeitar este compromisso, "libertando os cerca de 130 prisioneiros de Tiananmen impropriamente detidos ou julgados". A HWR também denunciou a realização de eventos ligados aos Jogos nesta praça simbólica.
As autoridades chinesas rejeitaram nesta terça as pressões estrangeiras em matéria de direitos humanos. "Somos contra os critérios duplos que consistem em exercer pressões em nome dos direitos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, durante uma entrevista à imprensa.
"O que quer que os outros façam ou digam (...), aderimos à via do socialismo com características chinesas e à promoção dos direitos humanos na China", acrescentou Qin Gang.
Centenas, talvez milhares de manifestantes não armados foram mortos há 19 anos quando o Exército interveio para acabar com um movimento pró-democrático iniciado seis semanas antes. A China justificou a repressão alegando a necessidade de dominar uma rebelião "contra-revolucionária".
No dia 30 de junho de 1989, um relatório da prefeitura de Pequim anunciou "dezenas de militares mortos, 6.000 membros das forças da ordem feridos, mais de 3.000 civis também feridos e cerca de 200 mortos, entres eles 36 estudantes".