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Bill Clinton seria o culpado pelos males na campanha da esposa

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postado em 05/06/2008 12:44
Um mistério em torno do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton intriga os analistas políticos: como um homem que conseguiu tudo, o "garoto de ouro" capaz de sobreviver até mesmo a um escândalo sexual, conseguiu envenenar de tal modo a campanha da esposa? No momento em que a disputa pela candidatura democrata à presidência está praticamente encerrada para Hillary Clinton, derrotada ao fim das primárias por Barack Obama, as críticas a seu marido surgem de todos os lados. Alguns o acusam de ter sido uma sombra muito grande sobre Hillary, outros de ter jogado a carta do nepotismo e outros de ter favorecido de modo vil as divisões raciais. Alguns se espantam com seus descontroles verbais, que afetaram a campanha de sua mulher e sua própria imagem de estadista. Se Hillary aparecer, como muitos simpatizantes desejam, em uma chapa democrata como candidata à vice-presidência, "a equipe de Obama deveria estabelecer regras estritas sobre o que o presidente Clinton poderá ou não poderá fazer durante a campanha", afirmou o governador da Pensilvânia, Ed Rendell. "Por exemplo, a campanha de Obama deveria controlar sua agenda, aonde vai, a quais estados", insistiu o democrata, muito ligado a Hillary e amigo do casal Clinton. Em um artigo muito crítico publicado recentemente pela revista Vanity Fair, o jornalista Todd Purdum afirma que Bill Clinton "sujou a campanha da mulher". Criticando seu "narcisismo irritadiço", vinculou sua personalidade colérica a uma cirurgia cardíaca a que foi submetido há alguns anos e aos remédios que precisa tomar, além de ter mencionado seu suposto comportamento mulherengo. O artigo valeu ao jornalista os adjetivos de "repulsivo", "lixo" e "desonesto" por parte de Bill Clinton. Os diretores da campanha de Hillary apresentaram então desculpas pela linguagem "fora de lugar" do ex-presidente, ao mesmo tempo que qualificaram o artigo de "escandalosamente injusto". Casal Clinton Em meio aos fracassos da campanha de Hillary, o blogueiro político do Washington Post Chris Cillizza destacou em particular a necessidade de "controlar Bill". Até então extremamente popular na comunidade negra, ao ponto de ter sido chamado de "primeiro presidente negro" dos Estados Unidos, Bill Clinton viu esta aura virar fumaça quando algumas de suas declarações foram interpretadas como racistas. Bill Clinton também atacou a imprensa, ao acusar a mesma de ter tomado o partido de Obama e tentado desacreditar Hillary. "Pensávamos que seria positivo mostrá-los como casal, Bill e Hillary", explicou um funcionário da campanha. "Porém, alguns não viram mais que 'os Clinton', ao invés de considerá-la por si mesma", lamentou. Para a autora feminista Camille Paglia, Bill Clinton foi uma "carga" para a esposa e ", no discurso de campanha, deu preferência a si mesmo ou injetar alusões raciais no debate". "A próxima candidata séria à presidência deve ficar alerta se desejar carregar um eventual marido nas costas. Se as mulheres querem realmente ser iguais, devem dirigir por si mesmas seus próprios combates, sem depender da luz de outros", escreveu Paglia recentemente no London Telegraph.

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