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Medvedev se reúne com líderes da ex-União Soviética

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postado em 06/06/2008 12:18
Strelna, Rússia - O presidente russo, Dmitry Medvedev, encontrou-se nesta sexta-feira (06/06) com líderes da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), formada por repúblicas que pertenceram à extinta União Soviética. No grupo há desde aliados do Kremlin a governos pró-Ocidente determinados a não ficar à sombra de Moscou. Medvedev teve encontros privados com vários dos presidentes das 12 nações da CEI, no Palácio Konstantin, em Strelna, perto de São Petersburgo. Em seguida, houve o que foi descrito como um encontro informal entre os líderes. A primeira importante reunião da CEI depois de Medvedev ter substituído Vladimir Putin na presidência da Rússia, um mês atrás, ocorreu em meio às crescentes tensões entre Moscou e a Ucrânia e a Geórgia, cujos líderes almejam ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). No encontro com o presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, Medvedev sugeriu que o ingresso da Ucrânia na Otan violaria um tratado de amizade de 1997 entre os países eslavos, relatou o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov. Segundo o ministro, o texto estabelece que nenhuma das nações pode se transformar em uma ameaça para as outras. "Passos unilaterais tomados apesar da essência do acordo não trazem estabilidade para nossas relações", apontou Lavrov. Nesta semana, o Parlamento russo adotou uma declaração pedindo ao governo que declare o tratado inválido caso a Ucrânia tome novas iniciativas para ingressar na Otan. Ainda segundo Lavrov, Medvedev criticou Yushchenko por sugestões do ucraniano de que ia expulsar navios russos do porto de Sevastopol, no Mar Negro, quando o contrato de concessão terminar, em 2017. Essas medidas "não são o que gostaríamos de ver de parceiros próximos", afirmou Lavrov. Em resposta à iniciativa do presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, de tentar ingressar na Otan, a Rússia aumentou seu apoio à região separatista da Abkházia. Isso levou a Geórgia a acusar Moscou de querer anexar a província. "Eu não acho que haja problemas insolúveis, mas há muitos não resolvidos", avaliou Saakashvili antes do encontro para discutir as relações bilaterais.

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