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Energia eólica cresce nos EUA e já é alternativa para agricultores

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postado em 13/06/2008 13:55
FOWLER - No centro dos Estados Unidos, alguns agricultores estão envolvidos com uma colheita de novo tipo, mais ecológica; mas, para isso, dependem da disposição de empresas de energia para construir moinhos de vento em seus campos, pagando até 9 mil dólares anuais para isso. "É um dinheiro certo, seja com chuva ou neve", afirma satisfeita Lana Wallpe, que com seu marido Steve, cultiva 800 hectares de milho e soja próximo de Fowler, em Indiana (norte). Os Wallpe, assim como dezenas de outros agricultores, alugam uma parte da sua propriedade para construir o que será o maior parque eólico do país. BP America e Dominio Resourcer se associaram para construir um projeto de 750 megawatts de capacidade com 462 turbinas, batizado Fowler Ridge Wind Farm, a cerca de 150 km ao sudeste de Chicago (Illinois, norte). A metade dos moinhos será instalada até o final do verão no hemisfério norte, e o restante, até 2011. Essas empresas se encontram entre as que buscam se estabelecer em uma parte crescente do mercado americano de energia eólica, em pleno desenvolvimento. "Até o ano que vem, devemos esperar uma lei sobre mudanças climáticas", disse o presidente da BP America, Robert Malone, durante um encontro com os agricultores. "Devemos fazer mais para gerar nossa própria energia e reduzir os efeitos ecológicos", acrescentou, explicando que a BP desenvolve uma estratégica em várias fontes. A energia eólica é vista como uma alternativa limpa diante das centrais de carvão e pode se tornar um meio para compensar as emissões de gases que provocam efeito estufa emitidas pelas centrais da BP. Em 2007, o parque eólico nos Estados Unidos aumentou 42% para alcançar 16.800 megawatts (Mw) no total, segundo a American Wind Energy Association. Apesar dessa quantidade ser suficiente para prover eletricidade a 4,6 milhões de residências americanos, a energia eólica representa somente 15 da produção energética total do país. Até 2020 poderá representar 20% da produção energética americana, segundo a associação. Após décadas de desenvolvimento de parques eólicos no oeste do país, as empresas energéticas se interessam agora nas zonas rurais do leste do Mississipi. Essas propriedades rurais de médio porte permitem produzir energia mais próxima do consumidor, mas construir turbinas eólicas no terreno é mais complicado. Em conseqüência, ao invés de negociar individualmente com os proprietários, as empresas têm feito acordos com organizações locais. No condado de Benton, nem todos estavam, no início, entusiasmados ao verem surgir em suas terras esses cata-ventos de 120 metros de altura com pás gigantescas. "Foi um choque ao vê-los instalados, porque aqui o terreno é muito plano", recorda uma das responsáveis do condado, Sally Slaven. Contudo, as desconfianças foram logo abrandadas com os 680 mil dólares que a BP e a Dominion pagaram pela permissão de construção, sem contar os efeitos econômicos indiretos sobre hotéis e restaurantes da região quando começaram as obras.

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