postado em 15/06/2008 12:11
O presidente da Bolívia, o indígena Evo Morales, expressou o "medo" de um confronto entre grupos sociais que apóiam seu governo e setores da oposição de direita, em uma entrevista à imprensa local.
"O medo que tenho é que as pessoas que nos apóiam se levantem, que os setores opositores menores arrasem, é um grande confronto, disto eu tenho medo", afirmou Morales ao jornal La Razón, ao fazer um balanço sobre a crise política no país.
A Bolívia enfrenta uma crise ideológica entre o governo de esquerda de Morales, que defende uma Constituição com forte teor estatal e indígena, e a oposição de direita e quatro regiões do país, que defendem a formação de governos autônomos de cunho liberal.
Morales, o primeiro indígena a governar a Bolívia nos 183 anos de vida republicana do país, disse que apesar do temor de um confronto, não tem medo "da oposição nem de um golpe de Estado, nem de um grupo de fascistas-racistas", em referência aos setores que dominam a rica região de Santa Cruz.
Morales reiterou, mesmo sem apresentar provas, que na Bolívia existe uma conspiração do "governo dos Estados Unidos, junto a estes grupos oligárquicos, a loja de Santa Cruz", região que é reduto da oposição e que lidera a formação de governos autônomos, considerados ilegais pelo governo.
O presidente explicou que apesar dos problemas prosseguirá com a política do governo, buscando "a igualdade" entre os bolivianos.