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Austrália aprova vacina contra gripe aviária em humanos

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postado em 17/06/2008 11:30
Canberra - A Austrália aprovou uma vacina contra a gripe aviária para ser aplicada em humanos. Segundo os pesquisadores, ela pode fornecer alguma proteção caso o atual vírus sofra uma mutação para uma nova forma que gere uma pandemia, informou nesta terça-feira (17/06) o governo local. A Panvax, produzida pela empresa sediada na Austrália CSL, é a última vacina pré-pandêmica que mostra efetividade em humanos contra o atual vírus H5N1, causador da gripe aviária. A informação foi divulgada pela ministra da Saúde australiana, Nicole Roxon. O governo contribuiu com mais de 7 milhões de dólares australianos (US$ 6,6 milhões, ou R$ 10,7 milhões) para o desenvolvimento do produto. Nicole afirmou ainda, em comunicado, que o órgão encarregado de regular os medicamentos no país já autorizou seu uso apenas no território australiano. A gerente-geral da CSL, Mary Sontrop, disse que uma exigência para o registro foi que a vacina só fosse distribuída no caso de uma pandemia declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A gripe aviária matou pelo menos 241 pessoas pelo mundo, a maior parte delas na Ásia. Os especialistas temem que o vírus sofra uma mutação e passe a se espalhar mais facilmente entre as pessoas, potencialmente gerando uma pandemia que poderia matar milhões. Por enquanto, a doença atinge sobretudo animais e a maioria dos casos em humanos ocorre após o contato com aves infectadas. Algumas empresas no mundo receberam licenças para as vacinas e várias outras trabalham para produzi-las. As vacinas protegem contra o atual H5N1, porém não se sabe quanta imunidade elas podem fornecer caso o vírus sofra mutação em uma diferente forma que se espalha rapidamente entre os humanos. Os pesquisadores apontam que demoraria provavelmente vários meses após o início de uma epidemia para que se produza uma vacina especificamente voltada para um novo vírus. A vacina da CSL é derivada do vírus da gripe aviária que circula no Vietnã, segundo Neil Formica, pesquisador da empresa. Em testes, ela mostrou alguma eficiência também em relação a outras cepas do vírus, como a que circula na Indonésia, disse o especialista. O H5N1 apareceu em 2003, contaminando aves na Ásia. O vírus em seguida se espalhou para Europa, Oriente Médio e África.

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