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Afegãos não querem guerra com Paquistão, diz porta-voz

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postado em 17/06/2008 15:19
O porta-voz do presidente afegão, Hamid Karzai, disse nesta terça-feira (17/06) que o Afeganistão não pretende guerrear com o Paquistão. O funcionário assegurou que a advertência de Karzai ao vizinho dias atrás era apenas para "marcar posição." O porta-voz Humayan Hamidzada disse, contudo, que o Paquistão não pode permitir que militantes usem seu território para lançar ataques ao Afeganistão. Além disso, o porta-voz disse que a administração afegã é contrária a uma tentativa de acordo do novo governo paquistanês com os rebeldes. No Paquistão, o primeiro-ministro Yousef Reza Gillani defendeu a abordagem de "diálogo político" e desenvolvimento econômico para enfrentar a militância em áreas ao longo da fronteira com o Afeganistão. Gilani também reiterou que seu país não permitirá que tropas estrangeiras busquem militantes dentro do Paquistão e admitiu que o terreno acidentado da região torna difícil o controle das movimentações ilegais. No domingo, Karzai advertiu que o Afeganistão tem o direito de defender-se, enviando tropas para cruzar a fronteira com o território paquistanês em busca de militantes que planejem ataques aos afegãos. "O presidente usou essa linguagem para enviar uma mensagem. O presidente estava marcando posição", afirmou Hamidzada, durante entrevista coletiva em Cabul. "O que o presidente diz é que a nação soberana do Paquistão tem a responsabilidade de assegurar que seu território não seja usado contra o Afeganistão, e essa é a mensagem." Os comentários de Karzai foram condenados pelo Paquistão. O ministro de Relações Exteriores paquistanês convocou o embaixador afegão em Islamabad para protestar formalmente. A troca de acusações sobre a existência de militantes no vizinho gera há tempos tensão entre os países, ambos aliados próximos dos Estados Unidos. Funcionários afegãos afirmam que militantes estão se escondendo no Paquistão, que nega. Islamabad informou que enviou 100 mil soldados para a região. Gillani disse ainda que há 900 postos de controle ao longo da fronteira. O governo afegão e o norte-americano temem que as tentativas do Paquistão para realizar acordos com os militantes sejam usadas por estes apenas como forma de ganhar tempo para se reagrupar e rearmar. Gillani diz que apenas negocia com líderes tribais que abandonaram as armas.

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