postado em 18/06/2008 17:10
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, instou nesta quarta-feira (18/06) os países do bloco a resolverem a crise política provocada pela rejeição popular irlandesa ao Tratado de Lisboa, o conjunto de leis que dinamizaria e reformaria a administração da União Européia. Nesta quarta, o parlamento britânico ratificou o Tratado de Lisboa e agora faltam apenas sete países fazerem o mesmo, com exceção da Irlanda, cuja rejeição terá que ser discutida e ter uma solução especial. Barroso disse nesta quarta ao Parlamento Europeu que os governos precisam se reagrupar, "mas não podemos perder tempo nesse processo." Ele instou os sete países que não ratificaram o Tratado a fazê-lo o mais rápido possível.
Ao discursar um dia antes do encontro dos líderes dos 27 países do bloco, que deverão discutir amanhã em Bruxelas a derrota do Tratado no plebiscito irlandês, Barroso disse que a UE precisa trabalhar com o governo de Dublin e encontrar uma solução para o impasse. Todas as 27 nações da UE precisam ratificar o tratado para ele entrar em vigor. Dezenove, contando nesta quarta a Grã-Bretanha já fizeram isso nos seus parlamentos. A Irlanda rejeitou o tratado em referendo e sete países - Bélgica, Holanda, República Checa, Espanha, Itália, Suécia e Chipre - ainda precisam aprovar o tratado.
Muitos líderes políticos pediram no Parlamento Europeu que a ratificação continue nos países, mas os opositores dizem que o Tratado de Lisboa está morto. O parlamentar trabalhista irlandês Proinsias De Rossa alertou seus conterrâneos que se não for encontrada uma solução para a Irlanda aceitar o tratado, o país terá que renegociar suas relações com a União Européia. A União Européia despejou 40 bilhões de Euros em subsídios na Irlanda desde que o país começou a fazer parte do bloco, em 1973. "A Europa tem muito pouco a perder sem a Irlanda, mas a Irlanda tem tudo a perder sem a Europa", disse.