postado em 18/06/2008 17:57
Milhares de manifestantes lotaram nesta quarta-feira (18/06) a Praça de Maio, em Buenos Aires, num ato de apoio à presidente da Argentina, Cristina Kirchner, no confronto com os ruralistas do país que se mobilizam há dias contra às "retenciones" (impostos de exportações). O ato foi convocado pelo movimento peronista, sob a liderança do ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner. Em discurso transmitido por cadeia nacional de televisão, ela voltou a atacar, duramente, os quatro dirigentes das entidades representativas do setor agropecuário, Luciano Miguens, Eduardo Buzzi, Mario Llambias e Fernando Gionio.
"Um setor da sociedade, uma corporação, quatro pessoas a quem ninguém votou, a quem ninguém escolheu, reuniam-se, deliberavam, decidiam e comunicavam ao resto dos argentinos quem podia andar pelas rodovias do país e quem não", afirmou. Para Cristina, os protestos do setor representavam uma situação que interferia na democracia da nação, dando a entender que tinham o objetivo de desestabilizar o governo.
"Quero ver o campo produzindo e agregando mais valor para dar mais emprego, assim como a indústria e o comércio, mas, para isso, é preciso tomar decisões e, quando tomei decisões para redistribuir a renda, não fiz para prejudicar ninguém, ao contrário, juro, foi para que todos os argentinos pudessem viver um pouco melhor, para que os alimentos estejam na mesa dos argentinos", disse, justificando as "retenciones."
"Os alimentos e a energia estão cada vez mais caros e esse foi meu compromisso quando assumi a presidência, de viver um bicentenário diferente do que viveu esse país há cem anos: quando era o principal exportador de carne e grãos, mas a população morria de fome e seus operários eram fuzilados", afirmou.