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Ofensiva no sul do Afeganistão termina com 56 talibãs mortos

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postado em 19/06/2008 08:26
ARGHANDAB - As tropas afegãs e da Otan mataram 56 insurgentes talibãs durante uma operação de dois dias na região de Kandahar, sul do Afeganistão, que terminou nesta quinta-feira (19/06), informou o ministério da Defesa. "O distrito de Arghandab ficou completamente livre da presença de inimigos. Nesta operação morreram 56 inimigos e vários ficaram feridos, em sua maioria estrangeiros", disse o porta-voz do ministério, general Mohammad Zahir Azimi. Um civil também morreu. Dois soldados afegãos faleceram durante a operação. Os soldados afegãos e da Otan "limparam" o distrito, afirmou o governador da província de Kandahar. "Toda o distrito ficou limpo de talibãs. Há centenas de talibãs mortos ou feridos; os feridos foram capturados", declarou mais cedo o governador Asadulah Khalid em uma entrevista coletiva. Mil soldados afegãos e da Força Internacional de Assistência para a Segurança (Isaf) da Otan iniciaram na manhã de quarta-feira uma "operação de limpeza" contra os talibãs no distrito de Arghandab, a menos de 20 km de Kandahar, a grande cidade do sul do Afeganistão e reduto dos extremistas. "A zona foi completamente liberada. Centenas de talibãs morreram ou foram feridos e presos", afirmou o general Aminullah Patyalai, comandante da operação. Até o momento os balanços não foram confirmados por fontes independentes. A Otan também não confirmou as informações e se limitou a apontar "incidentes menores" e a afirmar que os talibãs "escolheram visivelmente rejeitar o combate", segundo o general Carlos Branco, porta-voz da Isaf. "A pressão dos insurgentes sobre a população provocou a fuga de 700 famílias do distrito de Arghandab na direção de Kandahar", disse Branço. O governador de Kandahar afirmou que parte dos talibãs presentes no distrito são estrangeiros, já que os soldados interceptaram conversas por rádio em urdu (idioma nacional do vizinho Paquistão). O distrito de Arghandab, autêntica via de acesso a Kandahar, tem grande importância estratégica. O avanço das tropas na área é lento por causa das bombas escondidos no terreno, segundo a Isaf. A operação em Arghandab teve início depois do ataque talibã, sexta-feira passada, à penitenciária de Kandahar, que possibilitou a fuga de quase mil presos, incluindo 400 talibãs. Depois do atentado, o presidente afegão, Hamid Karzai, justificou possíveis ataques de seu país aos talibãs que se refugiam no lado paquistanês da fronteira. As declarações provocaram os protestos do Paquistão. Nesta quinta-feira, centenas de paquisteneses se reuniram na cidade de fronteira de Chaman para protestar, aos gritos de "morte a Karzai" e queimando fotos do presidente afegão. Os talibãs lideram uma insurreição sangrenta desde que foram expulsos do poder por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, no fim de 2001. A violência ganhou intensidade nos últimos dois anos, apesar da presença em território afegão de 70 mil soldados estrangeiros.

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