postado em 19/06/2008 10:05
BRUXELAS - Os líderes da União Européia abrem nesta quinta-feira (19/06), em Bruxelas, uma reunião de cúpula de crise que buscará demonstrar que o bloco não será paralisado pelo 'não' irlandês ao Tratado de Lisboa e que tem condições de responder a problemas como a alta dos preços dos petróleo. "Precisamos do Tratado de Lisboa, o Tratado de Nice já não é suficiente", advertiu com clareza a chanceler alemã Angela Merkel, ao reafirmar a necessidade de que os 27 países da UE ratifiquem o texto que deve facilitar o funcionamento da Europa ampliada.
Depois do golpe representado pelo não da Irlanda no referendo da semana passada, o Tratado de Lisboa recebeu uma golfada de ar fresco na quarta-feira, com sua ratificação no Reino Unido, o que eleva para 19 o número de países que já cumpriram com os trâmites necessários para que o texto entre em vigor. Para o primeiro-ministro irlandês Brian Cowen, no entanto, ainda é "muito cedo" para apresentar soluções ao "não" de seus compatriotas ao Tratado de Lisboa.
"É necessário para a Irlanda ter tempo para analisar o voto e as alternativas. É muito cedo para propostas", disse Cowen após uma reunião em Bruxelas com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. Além do Tratado de Lisboa, os líderes da UE querem dedicar uma boa parte do encontro à maior preocupação dos cidadãos do bloco nos dias de hoje: a alta dos preços do petróleo e dos alimentos.
Segundo um projeto de conclusões da cúpula, os líderes da UE devem se pronunciar nesta sexta-feira a favor de medidas de curto prazo para os mais afetados pela alta dos combustíveis e a inflação, apesar de rejeitarem iniciativas fiscais mais gerais. Por último, os chanceleres europeus devem decidir nesta quinta a possível suspensão das sanções impostas a Cuba em 2003, um tema que divide a UE.