postado em 19/06/2008 22:22
Os chanceleres da União Européia acertaram na noite desta quinta-feira (19/06), durante a Cúpula de Bruxelas (Bélgica), a suspensão das sanções contra Cuba e a retomada do diálogo político com o regime comunista, informaram fontes diplomáticas.
O acordo político obtido pelos chanceleres dos 27 países, durante o jantar de abertura da Cúpula de Bruxelas, deverá agora ser aprovado oficialmente.
Seguindo a posição da Espanha, a presidência eslovena da UE havia preparado um texto que propunha anular as sanções adotadas em 2003 e relançar o diálogo político com o governo liderado por Raúl Castro, que tem dado sinais de abertura após substituir seu irmão Fidel na presidência.
Para manter a pressão sobre o regime comunista e convencer os sócios mais reticentes, como a República Tcheca, os 27 se comprometeram a reexaminar a situação em um ano.
As sanções, que limitavam as visitas governamentais bilaterais de alto nível e abriam sistematicamente aos dissidentes cubanos as embaixadas de países da UE, estavam suspensas desde 2005, graças à pressão do governo socialista espanhol.
Cuba foi sancionada por condenar 75 dissidentes, em março de 2003, a duras penas de prisão, e pela execução sumária de três seqüestradores de uma lancha que pretendiam emigrar para os Estados Unidos.
Alemanha, República Tcheca, Dinamarca e Holanda eram os mais reticentes à retirada das sanções.
Antes do jantar, o chanceler espanhol Miguel Ángel Moratinos já havia manifestado sua expectativa de alcançar um consenso, depois que a disputa com os tchecos estivesse "direcionada".
Na mesma sintonia, o ministro esloveno das Relações Exteriores, Dimitrij Rupel, havia indicado sua posição favorável pela suspensão das sanções.
A decisão deveria ter sido tomada na segunda-feira passada em uma reunião dos 27 ministros das Relações Exteriores em Luxemburgo, mas foi adiada para esta quinta por um pedido expresso da chanceler alemã, Angela Merkel.
A perspectiva de uma suspensão das sanções européias contra Cuba provocou uma reação hostil por parte de Washington.
"Não somos favoráveis a que a UE, ou qualquer outro, anule as sanções neste momento", declarou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Tom Casey, denunciando uma atitude que pode levar a crer que "a opressão de um regime ditatorial (...) sobre seu povo é mais aceitável do que antes".