postado em 20/06/2008 16:52
Centenas de partidários do clérigo radical xiita Muqtada al-Sadr tomaram as ruas nesta sexta-feira (20/06) nos bairros xiitas de Bagdá e na cidade de Kufa em protesto contra os planos de um pacto militar entre o Iraque e os Estados Unidos. Funcionários iraquianos e parlamentares têm se oposto ao pacto militar, que abrirá o caminho legal para a presença militar das forças americanas no Iraque, após o mandato da Organização das Nações Unidas (ONU) expirar no final deste ano. A oposição afirma que o pacto subverte a soberania e a independência do Iraque, ao permitir a presença permanente de tropas americanas e de outros soldados estrangeiros da coalizão no país.
O xeque xiita Assad al-Nassiri alertou que o acordo, que tem um prazo final para ser assinado até 31 de julho, irá "humilhar os iraquianos, roubar do governo iraquiano a sua soberania e dar mão forte às forças de ocupação." "Nós acreditamos de verdade que a presença das tropas de ocupação é a principal razão das nossas crises, e infelizmente escutamos alguns dos funcionários do nosso governo pedindo que as forças de ocupação continuem no Iraque", disse o xeque al-Nassiri durante um sermão em Kufa.
Os manifestantes, tanto em Kufa quanto nos bairros xiitas de Bagdá, gritavam contra a presença dos EUA no Iraque. Al-Sadr pediu que a população se manifeste todas as semanas contra o pacto. Em Teerã, o aiatolá Ahmad Khatami, que liderou as preces do dia, agradeceu aos clérigos xiitas iraquianos e à maior parte do governo iraquiano por terem se oposto ao pacto. "O governo iraquiano tomou uma postura recomendável ao não assinar o pacto" disse Khatami. "Nós elogiamos essa postura prudente e dizemos ao governo iraquiano que a sua salvação será baseada na sua resistência nessa direção", disse o aiatolá. A Casa Branca informou que o presidente dos EUA, George W. Bush, discutiu o pacto com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, e que o acordo estava "avançando bem".