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Sarkozy apresenta condições para paz entre israelenses e palestinos

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postado em 23/06/2008 12:14
JERUSALÉM - O presidente da França, Nicolas Sarkozy, reiterou solenemente seu apoio a Israel nesta segunda-feira (23/06), pedindo a criação de um Estado palestino e o congelamento da colonização israelense, em um discurso pronunciado ante a Knesset, o parlamento do Estado Hebreu. No segundo dia de sua visita de Estado, Sarkozy enumerou as condições que considera indispensáveis para dar um novo impulso a "esperança de paz" nascida no fim de 2007 na conferência de Annapolis (Estados Unidos). "Como todos os povos, o povo de Israel tem direito de viver com segurança dentro das fronteiras reconhecidas e garantidas. A França não irá transigir jamais com a segurança de Israel", declarou Sarkozy. "O povo palestino tem direito a um Estado e exercer ali sua soberania", acrescentou. "Mas devemos a verdade a nossos amigos. A verdade é que a segurança de Israel só estará verdadeiramente garantida quando ao seu lado vermos por fim um Estado palestino independente, moderno, democrático e viável", acrescentou imediatamente, retomando suas afirmações de domingo. "Não pode haver paz sem o fim da colonização", acrescentou. Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal palestino Al Quds, o mandatário francês havia dito que esse congelamento devia se estender a Jerusalém Oriental. A manutenção da colonização, principalmente em Jerusalém Oriental, que Israel pretende manter sob sua soberania no âmbito de um eventual acordo com os palestinos, constitui o principal obstáculo ao processo de paz. "Não pode haver paz se os palestinos não combaterem eles mesmos o terrorismo, não pode haver paz sem que se resolva o problema dos refugiados palestinos, não pode haver paz sem o reconhecimento de Jerusalém como capital de dois Estados", disse Sarkozy ante os legisladores israelenses. O presidente francês disse estar convencido de que "a paz é possível", e pediu aos israelenses e os palestinos que tomem as iniciativas necessárias para retomar o processo de paz. Faltando uma semana para que a França ocupe a presidência rotativa da União Européia (UE), Sarkozy confirmou as duas partes o apoio da França e da Europa. "Vocês devem saber que podem contar com a Europa para ajudar a chegar a um acordo final", assinalou. O mandatário francês também reiterou que para seu país é "inaceitável" que o Irã continua na busca por uma arma nuclear. "Eu quero dizer energicamente que um Irã dotado de arma nuclear é inaceitável para meu país", declarou Sarkozy. "Aqueles que pedem de forma escandalosa a destruição de Israel irão encontrar sempre a França no seu caminho. A França sempre estará junto a Israel quando sua segurança e sua existência se encontrem ameaçadas", insistiu. "A França está decidia a continuar, junto com seus aliados, uma política que proponha sanções cada vez mais duras, até abertura, se Teerã decidir respeitar suas obrigações internacionais", acrescentou o mandatário francês. Sarkozy também manifestou o desejo de seu projeto de União pelo Mediterrâneo (UPM), que deve ser lançado em 13 de julho durante uma cúpula em Paris, citando suas esperanças de que "um dia, os filhos do Mediterrâneo deixarão de se odiar e de querer, desde o nascimento, vingar as desgraças dos seus pais". Antes de pronunciar esse discurso, o presidente da França e sua esposa, Carla Bruni Sarkozy, visitaram com sua delegação o memorial de Yad Vashem, construído em memória das vítimas do Holocausto.

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