postado em 23/06/2008 17:42
O candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que irá taxar o lucro excessivo das petrolíferas e combater a evasão fiscal no setor, enquanto o candidato republicano John McCain propõe um incentivo de US$ 300 milhões para o desenvolvimento de uma bateria que alimentaria os motores dos automóveis e superaria a atual tecnologia. Suas propostas refletem um ríspido contraste na forma com que os dois partidos abordam a tarefa de governar e lidar com a economia. Obama vê a necessidade de mais regulamentação e taxas sobre a indústria petrolífera, enquanto McCain propõe incentivos aos empreendedores.
O candidato democrata afirma que uma vitória de McCain produzirá pouco mais que uma continuidade das políticas do atual presidente George W. Bush, cuja aprovação está em uma queda recorde por causa da situação econômica conturbada do país e da Guerra do Iraque. McCain afirma que Obama é uma aposta que nunca esteve sob teste, é muito liberal (de esquerda, no termo político local) e apóia políticas que fracassaram nas décadas passadas.
Na terceira semana após a disputa ter se afunilado numa luta eleitoral apenas entre Obama e McCain, a economia norte-americana - os custos recorde da energia, em particular - tem dominado a discussão política. O galão de gasolina chegou a custar quase US$ 4 (US$ 1,05 o litro), os índices de desemprego estão crescendo e a execução de hipotecas de casas atingiu uma velocidade não vista há várias décadas.
Em um discurso preparado para ser lido nesta segunda-feira (23/06) na Universidade Estadual de Fresno, na Califórnia, McCain disse que a criação de uma bateria viável para alimentar os automóveis significaria uma redução de 30% nos custos atuais de energia e teria "o tamanho, a capacidade, os custos e o poder para fazer avançar os projetos dos carros elétricos híbridos". O preço que cada americano teria que pagar para o projeto dos carros híbridos finalmente emplacar segundo McCain, seria de US$ 1, "um pequeno preço a pagar para quebrar com a nossa dependência por petróleo," disse
Etanol
McCain também defendeu incentivos para aumentar o uso do etanol, seja doméstico ou importado. Ele também defendeu a criação de uma taxa que daria US$ 5 mil em incentivos a cada motorista que dirigisse um automóvel com zero de emissão de dióxido de carbono (CO2). "A partir de agora, nós vamos encorajar esforços heróicos na engenharia e recompensaremos o maior projeto de sucesso.
A proposta de McCain foi uma resposta ao plano de Obama, que no domingo disse que, se eleito, acabará com a venda do petróleo sem regulamentação. O democrata afirmou que o chamado "buraco fiscal da Enron" é parcialmente culpado pela escalada dos preços dos combustíveis nos EUA. A gigante de energia Enron entrou em colapso em meio a um enorme escândalo corporativo em 2001, que levou executivos à prisão. Antes, no entanto, a empresa havia obtido isenção da supervisão federal na venda de energia. Os críticos afirmam que a medida permitiu aos especuladores elevarem os preços do petróleo bem acima da realidade de mercado.
Embora McCain também seja a favor de acabar com as brechas fiscais e regulatórias, ele é contra uma taxa sobre o lucro excessivo. O republicano lembra que o presidente Jimmy Carter, que governou o país de 1977 a 1981, tentou fazer isso em meio a uma crise do petróleo, sem sucesso. McCain voltou a pedir o fim da proibição de exploração de petróleo offshore (nas águas costeiras), que vigora nos EUA há mais de 25 anos.
Pesquisa
Uma pesquisa publicada nesta segunda mostrou Obama na frente do rival por uma pequena margem na intenção de voto, com 50% da preferência, enquanto McCain tem 44%. A pesquisa USA Today/Gallup foi feita entre 15 e 19 de junho e tem margem de erro de três pontos porcentuais para mais e três para menos.