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Irã nega que terá prejuízo com sanções da União Européia

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postado em 24/06/2008 13:00
Teerã - O Irã declarou nesta terça-feira (24/06) que não será prejudicado pelas novas sanções da União Européia, que impuseram restrições financeiras e de viagens a uma lista de empresas e cidadãos do país, incluído um grande banco, os chefes da Guarda Revolucionária e o dirigente do programa nuclear iraniano. O presidente linha-dura do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, adotou um tom de desafio e pediu a formação de um tribunal internacional para punir o que ele chamou de tentativas "tirânicas" de parar o programa nuclear do país. Um dia após ter aprovado as novas sanções, a União Européia liberou hoje uma lista das 15 pessoas e 20 empresas que, segundo o bloco, têm ligação com os programas nuclear e de mísseis do Irã e sofrerão as sanções. As pessoas e companhias foram incluídos numa lista de UE de 2007, da qual já figuram empresas e personalidades iranianas que têm ligação com o programa nuclear. Entre os incluídos nas sanções está o Banco Melli, que segundo as acusações deu apoio financeiro a empresas envolvidas na busca de materiais e mercadorias para os programas nuclear e de mísseis do Irã, disse a UE. Autoridades européias fecharam as sucursais do Melli em Paris e Hamburgo e também uma unidade em Londres chamada Melli Bank Plc. Já os indivíduos da nova lista pertencem ao Ministério da Defesa do Irã ou são da elite da Guarda Revolucionária, que é controlada pelos clérigos e opera de maneira separada das forças armadas iranianas. Entre os chefes da Guarda incluídos na lista está o general Mohammed Ali Jafari, dirigente do grupo paramilitar e que também é responsável pelo programa de mísseis do Irã. Gholam Reza Aghazadeh, chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, também foi incluído na lista. A Organização supervisiona as atividades nucleares do país para o governo. Nesta terça-feira, o porta-voz do Ministério do Exterior do Irã, Mohammad Ali Hosseini, disse que a "política da recompensa e do porrete" praticada pela União Européia não fará o país desistir de "exercer seus direitos a obter energia nuclear." Hosseini advertiu que as novas sanções apenas prejudicarão os interesses econômicos europeus no Irã e disse que as medidas são de "curta visão." "Elas não ajudarão a criar uma atmosfera de confiança para uma solução diplomática à questão nuclear", disse.

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