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Resultado de testes nos corpos dos filhos do czar da Rússia divulgados em julho

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postado em 24/06/2008 15:22
MOSCOU - Os resultados definitivos dos testes de DNA realizados em fragmentos de corpos os quais se supõe sejam de dois dos filhos do último czar da Rússia, Nicolau II, serão divulgados em julho, informou o Ministério russo em comunicado. Os testes de DNA foram realizados no Instituto de Genética Vavilov na Rússia, em dois laboratórios americanos assim como na Áustria, precisa o comunicado. Historiadores russos também realizaram uma perícia, analisando documentos da época, reforçando a conclusão que os fragmentos encontrados poderiam ser mesmo os dos filhos do czar, segundo a nota. Apresentam sinais de morte violenta, e foram descobertos em julho de 2007 nos arredores de Ekaterinbourg (Ural) onde o czar e a família foram assassinados em 1918. Supõe-se que pertençam ao "czarevitch" Alexeï e à princesa Maria. Os outros corpos dos membros da família Romanov - os do czar, de sua mulher e de três filhas - retirados de uma fossa comum de Ekaterinbourg em 1991 foram oficialmente identificados em 1998 pelo governo russo e enterrados com grande pompa na antiga capital imperial São Petersburgo. Uma grande polêmica sobre sua autenticidade foi registrada na época, com a Igreja ortodoxa russa questionando os resultados dos testes de DNA. O fim dos Romanov O czar Nicolau II, sua esposa Alexandra e seus cinco filhos foram feitos prisioneiros e depois executado pela Tcheka - a polícia política de Lenin em Ekaterinbourg, no dia 17 de julho de 1918, oito meses após a tomada do poder pelos bolcheviques. Foram canonizados como mártires pela Igreja ortodoxa russa em agosto de 2000. Nicolau II e a família teriam sido executados por fuzilamento. As circunstâncias de sua morte e da família imperial, no entanto, permanecem obscuras até os dias de hoje, pois sempre foram mantidas sob segredo. Há informações de que a execução teria sido relatada por membros do soviete de Ekaterinburgo posteriormente, da seguinte forma: "O caso dos Romanov e sua execução foi debatido na reunião do soviete no fim do mês de Junho, com os socialistas da esquerda revolucionária pronunciando-se pela execução imediata. O assunto foi verdadeiramente decidido logo nos primeiros dias de julho, executando-se a sentença na noite de 16 para 17 de Julho." Na reunião do Praesidium do Tsik (comitê central executivo) de 18 de Julho, teria sido anunciado que Nicolau II fora executado. A montagem da execução e a subsequente destruição dos corpos foi confiada a um revolucionário que combatera na frente com o general Dutov, operário da fábrica Verkh-Isertisk, de nome P. Ermakov. Conta-se que disseram à família imperial para que descesse ao térreo da casa. E assim o fizeram todos os Romanov, ou seja, o ex-czar, a mulher, o filho, as filhas, o médico da família, e a dama de companhia que estava com eles. Numa das salas, os prisioneiros foram encostados às paredes e o comandante leu a sentença da pena de morte. O ex-imperador teria conseguido articular, como se fizesse uma pergunta: Quer dizer que não vão nos conduzir a parte alguma? A sentença teria sido executada a tiros de revolver por quatro homens da guarda. Os corpos teriam sido, então, transportados para a floresta, na zona da fábrica Verkh-Issetski, próximo da aldeia de Palkina, e lá foram queimados no dia seguinte. Os Romanov estavam vestidos quando foram fuzilados, mas foram despidos, depois, para queimar os corpos. Algumas jóias estavam costuradas ao vestuário e parte delas caiu.

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