postado em 24/06/2008 15:50
WASHINGTON - O embaixador norte-americano na Albânia ajudou a ocultar a origem chinesa de um estoque de munições fornecido às forças de segurança afegãs por uma empresa terceirizada do Pentágono, indicaram investigadores do Congresso dos Estados Unidos, segundo a edição desta terça-feira (24/06) do New York Times.
Durante uma audiência no Congresso, "um adido militar declarou aos investigadores que o embaixador (norte-americano) na Albânia havia aprovado um plano do ministro albanês da Defesa para ocultar várias caixas de munições chinesas antes da visita de um jornalista (do New York Times)", indica o jornal, que identifica o adido militar como o major Larry D. Harrison II.
"As munições foram colocadas em novas caixas para ocultar sua origem e expedidas da Albânia para o Afeganistão por uma empresa de Miami Beach especializada em comércio de armas", indica o periódico.
Segundo o The New York Times, o embaixador John Withers "se reuniu com o ministro (albanês) da Defesa, Fatmir Medio, várias horas antes da visita de um jornalista do diário no local onde operava a empresa norte-americana em Tirana, capital albanesa".
De acordo com o jornal, a empresa norte-americana, que trabalha por contrato com as Forças Armadas dos Estados Unidos, havia comprado as munições para entregá-las às forças de segurança afegãs, apesar de uma lei norte-americana que proíbe o comércio de armamento chinês.
Além disso, "no momento da reunião, a empresa, AEY Inc., era alvo de uma investigação por tráfico ilegal de armas, que incluía munições chinesas", informou o jornal. Um porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey, afirmou que o embaixador norte-americano tinha a firme intenção de "responder plenamente" a essas acusações.
"Está convencido de que os fatos o absolverão, assim como a seus assessores, de todas essas acusações", acrescentou Casey durante uma entrevista coletiva á imprensa.