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Olmert salva governo graças a acordo com os trabalhistas

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postado em 25/06/2008 09:51
JERUSALÉM - O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert, envolvido em um caso de corrupção, salvou na última hora seu governo graças a um acordo com os trabalhistas, que desistiram de votar a dissolução do Parlamento. A crise foi solucionada por um acordo concluído entre o Kadima, partido centrista de Olmert, e o Partido Trabalhista, liderado pelo ministro da Defesa Ehud Barak, a poucas horas da votação na Kneset (parlamento unicameral). Olmert aceitou organizar primárias dentro do Kadima, como exigia Barak, até 25 de setembro. Com isso, o Partido Trabalhista não vai apoiar a oposição de direita na tentativa de derrubar o governo de Olmert. A direção do Kadima se reunirá até 10 de julho para fixar a data das primárias que designarão o novo líder do partido. O Likud, principal partido de oposição, não conseguirá a aprovação do projeto de lei de dissolução sem o apoio trabalhista. A reunião do Kadima acontecerá poucos dias antes do empresário americano Morris Talansky, que afirmou ter entregue envelopes cheios de dólares a Ehud Olmert e à secretária do premiê, depor à justiça em um contra-interrogatórios dos advogados do premiê. No domingo, Olmert ameaçou demitir em 48 horas os ministros trabalhistas que votassem a favor da dissolução. O fim do mandato do Parlamento provocaria a convocação de eleições antecipadas. A atual legislatura termina no fim de 2010. Sem o respaldo dos 19 deputados trabalhistas, a coalizão governamental de Olmert teria perdido a maioria de 61 parlamentares, em um total de 120. Barak, que foi premiê de 1999 a 2001, chegou a afirmar que o partido votaria pela dissolução se Olmert não abandonasse o poder. Porém, mudou de idéia ao declarar que os trabalhistas permaneceriam na coalizão se o Kadima escolhesse um novo líder para o posto de chefe de Governo. Olmert clama inocência, mas reconhece ter recebido dinheiro de Talansky. Também não descarta a possibilidade de concorrer novamente nas primárias do Kadima. No entanto, analistas políticos consideram esta hipótese pouco provável, já que Olmert perdeu legitimidade popular. O premiê ganhou tempo e pode prosseguir com a retomada das conversações indiretas entre Israel e Síria com mediação da Turquia, assim como com os contatos com a milícia xiita libanesa do Hezbollah para tentar recuperar dois soldados israelenses seqüestrados em 2006. O premiê também tenta obter a libertação do soldado Gilad Shalit, prisioneiro do Hamas na Faixa de Gaza, onde uma frágil trégua reina desde a semana passada.

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