postado em 25/06/2008 17:22
WASHINGTON - O chefe do Estado-Maior conjunto dos Estados Unidos, almirante Michael Mullen, é aguardado esta semana em Israel para abordar entre outras coisas o caso iraniano, segundo o Pentágono, no momento em que aumentam os rumores de que Tel Aviv busca o consentimento tácito de Washington para atacar o Irã.
O almirante Mullen "deixou os Estados Unidos na terça-feira para se reunir com vários colegas no exterior, e Israel não é seu único destino", indicou nesta quarta-feira (25/06) à AFP a assessoria de imprensa do Estado-Maior conjunto norte-americano, indicando que essa viagem "estava prevista" há muito tempo.
"É uma oportunidade de rotina para o almirante Mullen conversar com seu colega israelense a respeito de temas militares, como o faz durante suas viagens pelo mundo", considerou nesta quarta-feira o porta-voz do Pentágono, Geoff Morrell, durante uma entrevista coletiva à imprensa.
Mas "evidentemente, quando o almirante Mullen estiver em Israel e conversar com os israelenses, sem dúvida alguma abordarão a ameaça que o Irã representa", afirmou, referindo-se às "ambições nucleares" militares de Teerã denunciadas por Washington e à influência da República Islâmica no Iraque e no Afeganistão.
Segundo a imprensa norte-americana, mais de 100 aviões israelenses participaram de manobras com a Grécia no início de junho para preparar as Forças Armadas para ataques de longa distância, uma operação de magnitude excepcional, interpretada como uma advertência a Teerã.
"Não planejamos ataque algum contra o Irã", assegurou nesta quarta o ministro israelense de Infra-estruturas e ex-ministro da Defesa, Binyamin Ben Eliezer, em uma entrevista concedida à imprensa russa. Mas se "Teerã tentar apenas atacar Israel, o Irã será eliminado".
As especulações em torno de um possível ataque israelense foram alimentadas esta semana pelas palavras de John Bolton, ex-embaixador norte-americano na ONU, que sugeriu ao jornal britânico Daily Telegraph que Israel poderia optar por atacar o Irã entre a eleição presidencial norte-americana de 4 de novembro e a posse do novo presidente, no dia 20 de janeiro de 2009.