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Jovens bolivianos enfrentam polícia para defender governo autônomo

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postado em 25/06/2008 18:48
LA PAZ - Membros da União Juvenil de Santa Cruz (UJC, de ultradireita) tentaram tomar um pedágio e enfrentaram a polícia, no primeiro episódio violento de ocupação de instituições públicas, que o grupo organiza para defender o governo autônomo da região. Ferrenhos opositores ao presidente boliviano, Evo Morales, a quem até impedem que chegue a Santa Cruz, os grupos da UJC ocuparam um pedágio na terça-feira, mas foram desalojados pela polícia, que prendeu 12 jovens pró-autonomia. Em represália, ativistas da UJC atacaram um posto policial, soltaram seus companheiros e atearam fogo a uma patrulha até serem, finalmente, dispersos pela polícia do Batalhão de Choque, com amplo uso de gás lacrimogêneo. Essa foi a primeira ocupação violenta de um prédio público, reivindicada pela UJC em benefício do chamado governo autônomo de Santa Cruz, instalado de fato depois que essa região realizou um referendo, em 4 de maio, que apoiou, de forma contundente, seus estatutos autonômicos. Segundo o presidente da UJC, David Cejas, as ocupações vão continuar, porque "não tememos enfrentar a polícia". "Temos uma lista de instituições que serão tomadas nos próximos dias", anunciou Cejas, citando, entre elas, de acordo com uma versão da agência oficial de notícias, a nacionalizada Entel (Telecomunicações) e as regionais de Impostos Nacionais e a Aduana Nacional. Cejas alertou que "tampouco tememos possíveis represálias, ou processos que possam ser instaurados contra nós". O ministro de Governo (Interior), Alfredo Rada, comentou que a UCJ age por "instruções diretas" do governador Rubén Costas e de Branko Marinkovic, presidente do Comitê Cívico Pró-Santa Cruz, poderosa organização civil empresarial contrária ao governo Morales. Rada garantiu que o Executivo não permitirá mais ocupações de prédios públicos e mencionou "a implementação de um plano de contingência (...) com duas medidas: a primeira, o uso da força pública até onde for necessário; e, a segunda, acudir à consciência democrática do país".

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