postado em 25/06/2008 21:07
SANTIAGO - O Japão aceitou nesta quarta-feira (25/06), pela primeira vez, discutir os procedimentos de pesquisa ligados à caça de baleias, na Comissão Baleeira Internacional (CBI), mas sem permitir a revisão de seu próprio programa.
"O que o Japão aceitou, que é o ato político desta sessão, é colocar a caça científica em discussão na CBI", disse à AFP o delegado chileno na Comissão, Cristián Maquieira. "Nunca antes a caça científica foi incluída nos pacotes de negociação", enfatizou.
O delegado da comissão japonesa, Glenn Inwood, explicou à AFP que o acordo servirá apenas para revisar como se introduzem novas propostas de pesquisa, mas não para submeter à revisão seu próprio programa.
"O Japão, assim como os outros membros da CBI, concorda no comitê científico que os processos para introduzir propostas de pesquisa e o processo para avaliar estas propostas serão revisados", afirmou Inwood.
A CBI permite a caça científica de baleias, e cada país resolve de forma independente de que modo levará a cabo esses programas.
O Japão realiza o maior programa científico com cetáceos do mundo, e para isso caçou 860 baleias na temporada passada. O país não se submete e nem é obrigado a informar seus resultados à CBI.
Para alguns observadores, o fato de aceitar a discussão sobre a caça científica abre caminho para um eventual fim do polêmico programa japonês.
"O que o Japão fazia até agora era simplesmente anunciar o que estava fazendo e nada mais", destacou o delegado chileno. "O resultado dessa negociação é absolutamente imprevisível", acrescentou.
O Japão, no entanto, rejeita essa interpretação. "É um erro", afirmou o porta-voz da delegação japonesa, questionado sobre a possibilidade do fim da caça científica.