postado em 26/06/2008 08:34
HARARE - O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, realiza nesta quinta-feira (26/06) seu último ato de campanha antes da eleição de sexta-feira, questionada pelos países ocidentais e africanos após a saída do candidato de oposição Morgan Tsvagirai, que denuncia uma onda de violência contra seus partidários.
Mugabe, de 84 anos, no poder desde 1980, não deu sinais de ceder à pressão internacional, ignorando os pedidos para adiar a votação, voltando a acusar Tsvangirai de ser um fantoche da antiga potência colonial britânica. Tsvagirai, que se retirou do processo eleitoral no domingo passado, permanece refugiado na embaixada da Holanda em Harare, enquanto o secretário-geral de seu partido, o Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Tendai Biti, será liberado sob fiança, de acordo com informações do advogado de defesa.
O principal ato eleitoral de Mugabe está previsto para o meio-dia na cidade de Chitungwiza, perto de Harare. Em comício próximo da fronteira com Moçambique (norte), Mugabe criticou na quarta-feira a Grã-Bretanha, lançando também um ataque velado contra a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), o bloco regional integrado por 14 países, que também pediu o adiamento da votação. "Agora somos um país independente e já não estamos sob domínio colonial britânico", disse Mugabe.