postado em 27/06/2008 09:06
ROMA - A libertação de vários supostos mafiosos italianos, entre eles o líder de um grupo acusado de homicídio, devido à expiração do prazo legal para a realização do julgamento, causou indignação esta sexta-feira (27/06) na Itália. Três membros da chamada Sacra Corona Unita, a máfia da Puglia, no sul da Itália, presos desde 2004 e acusados de participar de uma guerra pelo controle do tráfico de drogas entre grupos rivais que deixou cerca de trinta mortos em 35 anos, foram liberados na quinta-feira à noite ao término do prazo limite da detenção provisória.
Outros dois detidos, entre eles Gennaro Giovanditto, 34 anos, acusado de treze mortes e considerado um dos criminosos mais perigosos da região, serão libertados em um mês pelas mesmas razões, ressalta a imprensa local. Todos os envolvidos, 24 pessoas, supostos membros da Sacra Corona Unita, estão sendo processados desde novembro de 2005 pelo tribunal de Foggia (sul).
"É difícil expressar a indignação gerada pela liberação de capos da máfia", lamentou Michele Bordo, deputado do Partido Democrático (PD, esquerda), que solicitou maiores explicações ao Ministério da Justiça. O promotor Francesco Giannella, conhecido pelo combate à máfia, também solicitou esclarecimentos a respeito do caso.
Segundo o jornal La Repubblica, o processo foi aprovado principalmente devido às dificuldades técnicas para se transcrever as escutas telefônicas da Polícia, como exige a lei. Em fevereiro, a libertação do filho do líder supremo da máfia Toto Riina, para quem restavam três anos de pena a cumprir, por vencimento dos prazos legais, gerou grande polêmica em todo o país.