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Israel aprova troca com Hezbollah de presos por corpos de soldados

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postado em 29/06/2008 12:52
JERUSALÉM - O governo de Israel aprovou neste domingo (29/06) por uma ampla maioria um acordo com o Hezbollah xiita libanês para trocar prisioneiros libaneses por corpos de soldados hebreus. O acordo, que prevê o regresso a Israel dos corpos de dois soldados seqüestrados em julho de 2006 pelo Hezbollah libanês na fronteira desse país, foi aprovada por 22 votos dos 25 que compõem o governo. Os ministros de Finanças, Habitação e Justiça foram os únicos que votaram contra. Na abertura da reunião semanal de gabinete, o premier israelense Ehud Olmert pediu que seus colegas aprovassem esse compromisso negociado com a mediação da Alemanha, e confirmou que os dois soldados estão mortos. O primeiro-ministro admitiu ter "certeza de que não há nenhuma possibilidade" de que os dois soldados estivessem vivos. "Nós não temos esperança, vai tanto tristeza quanto humilhação em Israel, sabendo da festa que deve ser organizada do outro lado", disse, se referindo ao Líbano. Mesmo assim, aceitou a troca dos corpos dos dois soldados, Ehud Goldwasser e Eldad Regev, capturados na fronteira do Líbano, por libaneses presos. Citando a obrigação do governo para com as famílias dos soldados desaparecidos, Olmert pediu que os ministros aprovassem o acordo "apesar do alto preço". Em troca dos restos mortais dos soldados raptados pelo Hezbollah, Israel libertará cinco prisioneiros libaneses - incluindo Samir Kantar, que cumpre pena de 542 anos - e entregará ao movimento xiita os corpos de oito dos seus combatentes enterrados em Israel. Além disso, Israel se compromete a libertar "um certo número" de prisioneiros palestinos, a sua livre escolha. De acordo com vários ministros, o acordo será executado no prazo de dez dias a duas semanas. Por várias semanas, os ministros se viram alvo da crescente pressão da opinião pública, sensível ao sofrimento das famílias dos soldados. Samir Kant, da Frente de Libertação da Palestina (PLF), foi condenado em 1980 a 542 anos de prisão por matar um civil israelense e sua filha, assim como um policial hebreu, em 1979, no norte de Israel. A captura dos dois soldados ocorreu em julho de 2006 e desencadeou uma ofensiva militar israelense que durou 34 dias em território libanês. O conflito deixou mais de 1,2 mil mortos libaneses, na sua maioria civis, e 160 mortes do lado israelense, em grande parte militares.

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