HARARE - As eleições no Zimbábue não obedeceram as normas democráticas da União Africana (UA), afirmaram os observadores desta organização que nesta segunda-feira (30/06) realiza uma reunião de cúpula na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh, com a presença do presidente zimbabuano Robert Mugabe.
"As eleições não estiveram de acordo com as normas da União Africana sobre as eleições democráticas", afirma um comunicado dos observadores da UA. Os observadores da África Austral e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, já haviam denunciado que as eleições não refletiram a vontade do povo.
A 11; reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo da UA teve início nesta segunda-feira no Egito. A reunião de 53 chefes de Estado e de Governo começou com o hino da organização continental, seguido de um discurso de Mubarak.
A situação no Zimbábue dificultou a preparação do evento, que começou na sexta-feira - dia do segundo turno da eleição presidencial zimbabuana - com o conselho de ministro das Relações Exteriores. Sem conseguir chegar a um consenso, os chanceleres deixaram uma decisão sobre a questão zimbabuana para os chefes de Estado e de Governo.
África do Sul pede negociações para governo de transição no Zimbábue
A África do Sul pediu nesta segunda-feira (30/06) ao governo e à oposição do Zimbábue que iniciem negociações para a formação de um gabinete de transição depois da polêmica reeleição do presidente Robert Mugabe. "A ZANU-PF (União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica, no poder) e o MDC (Movimento pela Mudança Democrática, oposição) devem trabalhar em conjunto e unir o país e seu povo nos esforços para encontrar uma solução comum a seus problemas nacionais", afirma chancelaria sul-africana em um comunicado.
Mugabe foi declarado vencedor de uma eleição na qual era o único candidato, já que o líder opositor Morgan Tsvangirai, do MDC, se retirou da disputa para denunciar a violência do governo contra a oposição e as condições fraudulentas da votação.
Oposição zimbabuana pede mediação da UA ao lado de Mbeki
JOHANESBURGO - A oposição zimbabuana pediu nesta segunda-feira (30/06) à União Africana (UA) a nomeação de um enviado permanente para a missão de mediação no Zimbábue ao lado do presidente sul-africano Thabo Mbeki. "No que nos diz respeito, apesar de estarmos descontentes com o papel de Mbeki, os Estados membros da SADC (Comunidad de Desenvolvimento da África Austral) ainda consideram o presidente Mbeki o mediador", declarou o porta-voz do Movimento pela Mudança Democrática (MDC), George Sibotshiwe. "Estamos dispostos a chegar a um acordo e a aceitar um mediador da SADC, mas com o apoio de um enviado permanente designado pela União Africana", acrescentou.