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Israel se resigna a pagar caro para chegar a acordo sobre prisioneiros

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postado em 30/06/2008 09:25
JERUSALÉN - Israel se resignou a pagar um preço alto para recuperar os corpos dos soldados em poder do Hezbollah xiita libanês dois anos depois de ter desencadeado uma verdadeira guerra para libertar os oficiais. O secretário-geral do governo, Ovadia Yehezkel, acredita que o acordo sobre a troca de prisioneiros supostamente mortos por prisioneiros libaneses ou seus corpos começará dentro de duas semanas. "Pode levar duas semanas ou menos, se obtivermos as informações solicitadas sobre o destino do piloto Ron Arad", declarou Yehezkel à rádio militar. Arad, desaparecido no Líbano depois de cair prisioneiro das milícias xiitas em 1986, é considerado morto e não há notícias do militar há 20 anos. Já o período citado é necessário para realizar testes de identificação genética dos corpos, segundo o ministério da Defesa. Por sua parte, Israel deve passar as informações em seu poder sobre quatro diplomatas iranianos desaparecidos no Líbano em 1982 e também considerados mortos. Israel receberá os corpos dos soldados seqüestrados Ehud Goldwasser e Eldad Regev. Em troca, o Estado hebreu libertará o prisioneiro Samir Kantar e quatro combatentes do Hezbollah. Além disso, entregará os corpos de dezenas de combatentes e outras pessoas infiltradas em Israel, incluindo oito membros do Hezbollah. Em um segundo momento, Israel também libertará prisioneiros palestinos. O governo de Israel aprovou no domingo por ampla maioria um acordo com o Hezbollah xiita libanês para trocar prisioneiros libaneses por corpos de soldados hebreus. O acordo, que prevê o regresso a Israel dos corpos de dois soldados seqüestrados em julho de 2006 pelo Hezbollah libanês na fronteira desse país, foi aprovada por 22 votos dos 25 que compõem o governo. Os ministros de Finanças, Habitação e Justiça foram os únicos que votaram contra. Na abertura da reunião semanal de gabinete, o premier israelense Ehud Olmert pediu que seus colegas aprovassem esse compromisso negociado com a mediação da Alemanha, e confirmou que os dois soldados estão mortos. O primeiro-ministro admitiu ter "certeza de que não há nenhuma possibilidade" de que os dois soldados estivessem vivos. Mesmo assim, aceitou a troca dos corpos dos dois soldados, Ehud Goldwasser e Eldad Regev, capturados na fronteira do Líbano, por libaneses presos. Além disso, Israel se comprometeu a libertar "um certo número" de prisioneiros palestinos, a sua livre escolha.

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