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Presidência francesa da UE é inaugurada com polêmica Sarkozy-Mandelson na OMC

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postado em 01/07/2008 09:31
BRUXELAS - A Presidência francesa da União Européia (UE) foi iniciada nesta terça-feira (1º/07) com uma dura disputa entre o chefe de Estado francês, Nicolas Sarkozy, e o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, pela posição do bloco nas negociações multilatarais da OMC. Mandelson considerou "injustificadas" as críticas lançadas contra ele na segunda-feira por Sarkozy, afirmando que essa postura prejudica a unidade européia nas negociações na Organização Mundial de Comércio (OMC). "O ataque do presidente Sarkozy contra Peter Mandelson, como negociador europeu, e (o diretor-geral da OMC) Pascal Lamy, é lamentável", disse Peter Powell, porta-voz do comissário europeu de Comércio, em um curto comunicado. "Essas críticas são equivocadas e injustificadas. Em um momento difícil das negociações de comércio mundial, a UE precisa manter sua unidade" acrescentou. Na segunda-feira à noite, Sarkozy disse que "não permitirá" um acordo para a Rodada de Doha na OMC que sacrifique a produção agrícola "em nome do liberalismo mundial", pois isso provocaria a perda de 100.000 empregos na Europa. "Lamy e Mandelson querem fazer com que aceitemos um acordo no qual a Europa se comprometeria a diminuir em 20% sua produção agrícola e em 10% suas exportações agrícolas", declarou Sarkozy em uma entrevista à rede de televisão pública France 3. "São 100 mil empregos suprimidos, não o permitirei", acrescentou. A Rodada de Doha, lançada em 2001 na capital do Qatar, tem como objetivo tornar o comércio mundial mais aberto. A Rodada deverá ser concluída em 2004, mas se encontra paralisada por divergências entre os países emergentes, que exigem uma abertura maior dos mercados agrícolas dos países ricos, e estes, que esperam um acesso maior para seus bens industriais no restante do mundo. Pascal Lamy anunciou que convocará os ministros de 30 grandes potências comerciais para uma reunião no dia 21 de julho em Genebra na qual se tentará concluir as negociações, embora a pressão da França ameace o êxito do encontro.

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