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Resgate de Ingrid e outros reféns deixa novo chefe das Farc sem trunfos para negociar

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postado em 03/07/2008 09:12
É bem possível que, a essa altura, o novo comandante-em-chefe das Farc, Alfonso Cano, esteja reunido ;nas montanhas da Colômbia;, como dizem os raros comunicados da guerrilha, com um emissário francês e um suíço ; e não tenha mais sobre o que conversar com eles. No último fim de semana, o governo colombiano autorizou publicamente os diplomatas europeus a se deslocarem para um encontro com ;alguém do secretariado;, possivelmente o próprio Cano. O tema seria um acordo humanitário para a libertação dos reféns da guerrilha, em especial Ingrid Betancourt. É a segunda vez, em seis meses, que o alto comando rebelde é exposto pelo presidente Álvaro Uribe a um vexame internacional relacionado aos reféns. No fim do ano passado, enquanto parentes de um grupo deles aguardava em Caracas a conclusão de uma operação mediada pelo presidente Hugo Chávez, para a libertação entre outros de um menino nascido da relação entre uma cativa e um guerrilheiro, Uribe surpreendeu a todos anunciando que a criança já estava com as autoridades, em uma instituição. Perdas Entre os dois episódios, as Farc perderam três dos sete integrantes do secretariado, inclusive o fundador e líder histórico, Manuel Marulanda ; vítima de enfarte, segundo seus camaradas, embora estivesse havia meses sob assédio e bombardeio. Mais significativo foi o fim de Raúl Reyes, porta-voz internacional do grupo, e morto sob bombas em um acampamento no Equador, onde mantinha encontros com o governo local e enviados franceses sobre a libertação dos reféns. E, dias depois, de Iván Ríos, o mais jovem (46 anos) do alto comando e um dos mais respeitados nas fileiras rebeldes, pelas capacidades militares e políticas. Ele foi executado, enquanto dormia, por um de seus guarda-costas, que entregou ao exército o computador e a mão decepada do chefe, em troca de recompensa. Essa seqüência de reveses ilustra a decomposição das Farc sob a ofensiva sustentada de um governo decidido a vencer no campo de batalha, e de um exército capacitado para isso. Cano, identificado com a ala ;ideológica; das Farc ; embora nem por isso um moderado ;, dava sinais de buscar espaços políticos para uma guerrilha militarmente acuada. Possivelmente, contavam com o interesse de outros países pela sorte dos reféns. Restam alguns, principalmente militares e policiais, mas com Ingrid se foi o propósito de qualquer mediação externa. Cano não terá mais como exigir do governo sequer uma limitada ;zona de encontro; para discutir uma troca de prisioneiros. A segurança com que os militares lhe roubaram a ;jóia da coroa; confirma que o herdeiro de Marulanda tem dificuldades cada vez maiores para comandar seu ;pequeno exército do povo;, como se referia anos atrás a uma tropa duas ou três vezes maior do que a parte que lhe coube.

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