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"Não sei o que vou fazer no futuro", afirma Ingrid Betancourt à TV francesa

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postado em 03/07/2008 16:54
PARIS - A ex-refém franco-colombiana, Ingrid Betancourt, afirmou nesta quinta-feira (03/07) que "não sabe" o que fará no futuro, no dia seguinte a sua libertação pelo Exército colombiano após ter sido mantida por mais de seis anos em poder da guerrilha colombiana das Farc, que a tratou "como um cão". "Não sei o que vou fazer no futuro", disse Betancourt em Bogotá à rede de televisão pública francesa France 2. "Tinha me programado para mais quatro anos na selva. Essa liberdade chegou de repente. Ainda estou anestesiada pelo choque. É difícil refletir por mim mesma", confessou a ex-refém, libertada junto com outros 14 reféns, dentre esses três norte-americanos e 11 militares e policiais colombianos em uma operação do Exército colombiano. Betancourt, que quando foi seqüestrada em fevereiro de 2002 era a candidata verde à Presidência da Colômbia, explicou: "o ideal para mim seria ter o dom da onipresença, e estar ao mesmo tempo na Colômbia e na França", antes de ressaltar que tomará suas decisões em função das necessidades de seus filhos e parentes. Betancourt reiterou seu "compromisso absoluto" na luta pelos reféns que permanecem na selva em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Tratamento Perguntada sobre as condições da detenção, a ex-refém assegurou que foi tratada "como um cão". "Nem sequer era um tratamento para um animal", afirmou, antes de afirmar que "só havia crueldade, arbitrariedade e maldade". Também contou que durante seu cativeiro tinha "espasmos de ódio" contra seus seqüestradores. "Mas me dizia que uma vez livre, eu queria estar livre de tudo, e em especial do ódio", explicou e disse que esperava que as Farc "corrigissem" sua política. "É uma organização que já não representa nada na Colômbia, que já não tem nada de respeitável", afirmou. Ingrid Betancourt voltou a falar da deterioração de seu estado de saúde durante sua detenção e indicou que "com certeza" havia pensado que morrer era uma possibilidade. "A morte chega muito muito rápido na selva", disse, antes de afirmar que seus seqüestradores a haviam privado, inclusive, de medicamentos. Perguntada sobre seu atual estado de saúde, Ingrid Betancourt respondeu: "estou em plena forma. Em liberdade não há cansaço algum". "Sairei por alguns dias com meus filhos para ficar sozinha com eles e simplesmente me reunir em família na maior felicidade", concluiu.

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