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Oposição no Zimbábue rejeita as condições de Mugabe para negociar

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postado em 04/07/2008 12:45
HARARE - A oposição zimbabuense rejeitou nesta sexta-feira (04/07) e classificou de irreal a exigência do presidente Robert Mugabe de que sua reeleição seja aceita antes de iniciar qualquer negociação. "Mugabe não é legítimo e não conta com o apoio do povo do Zimbábue. Mugabe não é uma pessoa séria", declarou o porta-voz do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Nelson Chamisa. "É uma condição irreal e não vamos aceitá-la. O MDC não precisa desesperadamente discutir, é o país que precisa disso desesperadamente", acrescentou. Condições Mugabe, reeleito em uma votação polêmica, descartou nesta sexta-feira qualquer diálogo com a oposição se esta não o reconhecer como legítimo chefe de Estado do país. "Eu sou o presidente da República do Zimbábue e esta é a realidade", disse Mugabe no aeroporto em seu retorno ao país, depois de participar na reunião de cúpula da União Africana (UA) no Egito. "Os que querem dialogar terão que aceitar isto", acrescentou. Mugabe, de 84 anos, no poder desde 1980, foi reeleito no dia 27 de junho no segundo turno em que participou como candidato único, pois seu adversário Morgan Tsvangirai, do Movimento pela Mudança Democrática (MDC) se retirou da disputa denunciando uma onda de violência contra seus partidários. O MDC, assim como os países occidentales, contestaram a vitória. "Não deixemos que (o MDC) tenha ilusões, acreditando que podem reverter o resultado", disse Mugabe. "Se eles concordarem com isto e nós estivermos satisfeitos, então poderemos dialogar e ouvir as idéias deles. Porém, a eleição não pode ser deixada à margem, como pretendem os britânicos. Estão loucos", acrescentou. Segundo Mugabe, que acusa Tsvangirai de servir à antiga potência colonial, a vitória eleitoral significou "uma recusa total da política da Grã-Bretanha no Zimbábue". O presidente, apesar de questionado pla comunidade internacional, foi recebido nesta sexta-feira por mais de 3.000 simpatizantes no aeroporto de Harare. O presidente zimbabuano retornou ao país com o apoio tácito dos colegas africanos, que evitaram fazer críticas durante a reunião da UA, se limitando a pedir a formação de um governo de união nacional. Aos gritos de frases da campanha de Mugabe, mais de 3.000 pessoas saudaram o presidente no desembarque na pista do aeroporto.

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