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Socialista provoca polêmica ao minimizar papel de Sarkozy na libertação de Ingrid

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postado em 04/07/2008 16:07
PARIS - A socialista Ségolène Royal escandalizou a classe política francesa, inclusive seu próprio partido, ao declarar que o presidente Nicolas Sarkozy "não tem nada a ver" com a libertação da franco-colombiana Ingrid Betancourt, ex-refém da guerrilha das Farc. A candidata declarada ao comando do Partido Socialista, que se considera como a principal opositora ao chefe de Estado, foi a única voz destoante no clima de união nacional em torno da libertação de Betancourt. "Nicolas Sarkozy não teve absolutamente nada a ver com esta libertação", afirmou a ex-candidata presidencial quinta-feira na cidade canadense de Québec. Para ela, a libertação de Ingrid "foi possível graças a uma operação colombiana muito bem executada". As negociações francesas com as Farc foram "inúteis" e "não deram em nada", segundo Royal. O primeiro-ministro francês François Fillon, também presente em Québec para comemorar o 400º aniversário da cidade, lamentou a "falta de dignidade" de Royal, que "se comportou como uma garotinha mimada numa briga de crianças". Nesta sexta-feira (04/07), o premiê voltou a denunciar uma "polêmica lamentável", da qual Royal "vai se arrepender". "Deixo Ségolène Royal ante as suas responsabilidades. Se ela ler a imprensa francesa, poderá ver como chocou toda a classe política do país", declarou. A secretária de Estado para os direitos humanos, Rama Yade, se disse "muito ofendida" e considerou que Royal "dá a impressão de uma menininha que quer estragar a festa". As declarações da ex-candidata presidencial também foram criticadas pelos socialistas, num momento em que vários caciques, entre eles Royal, brigam pela liderança do partido. Para o ex-ministro Jack Lang, "minimizar o papel de Sarkozy nesta libertação demonstra uma rara mesquinharia e uma falta de elegância moral". O deputado socialista Philippe Martin qualificou as declarações de Royal de "tristes e um pouco lamentáveis". Ségolène Royal se defendeu nesta sexta-feira afirmando que se limitou a "reproduzir fatos admitidos por todos" e denunciou uma "polêmica indecente criada pela direita".

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