postado em 04/07/2008 21:19
Paris - Ingrid Betancourt fez nesta sexta-feira (04/07), pela primeira vez, referência aos esforços do Brasil para sua libertação. Em entrevista coletiva em Paris, a ex-senadora e ex-candidata à presidência da Colômbia fez elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O governo brasileiro vinha recebendo críticas pelo papel coadjuvante na libertação da refém. Mesmo nos discursos de chefes de Estado envolvidos no caso, as autoridades do Brasil não vinham sendo citadas.
Na noite desta quarta-feira, ao confirmar a libertação de Ingrid, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, agradeceu aos líderes latino-americanos que haviam contribuído para as negociações. Ele citou Argentina, Equador e Venezuela, além dos europeus Suíça e Espanha, sem lembrar do Brasil.
Ingrid foi diplomática. "Eu acredito que toda a América Latina se mobilizou, e eu incluo nisso o presidente Lula. Ele fez o necessário para que o presidente Uribe soubesse que era possível contar com o Brasil para manter contatos com as Farc", avaliou. "Eu sou grata ao presidente Lula por todos os seus esforços, mas eu espero vê-lo logo para esta segunda etapa, que é a libertação dos que continuam na floresta. Que os brasileiros não esqueçam: se o que foi feito não é suficiente, é preciso que façamos mais".
A ex-refém disse não acreditar que o incidente diplomático ocorrido em 2003, quando um avião da Força Aérea da França pousou clandestinamente em Manaus, à espera de sua suposta libertação, tenha resultado no distanciamento do governo do Brasil. Ingrid também reforçou que pretende visitar o Brasil, mas precisou que pretende visitar também a Argentina, o Chile, o Peru, o Equador e a Venezuela.