postado em 06/07/2008 10:37
Depois do resgate de Ingrid Betancourt e outros 14 reféns, na última quarta-feira (2), a popularidade do presidente Álvaro Uribe, que já era alta, disparou. Qualquer pessoa em quem se esbarra em Bogotá fala bem dele. Pesquisa do Instituto Yanhaas divulgada sexta-feira (4) mostra que 91,72% dos colombianos aprovam a gestão Uribe. Cresce a pressão para que a Constituição seja mudada, permitindo que ele dispute o terceiro mandato.
Para avaliar este cenário político, a Agência Brasil entrevistou um dos oposicionistas mais representativos da Colômbia: Samuel Moreno Rojas, prefeito de Bogotá, terceira maior cidade da América do Sul e principal centro econômico do país, onde vivem 7,5 milhões dos 45 milhões de colombianos.
Moreno integra o Pólo Democrático Alternativo, surgido em 2006 com a fusão do Pólo com a Aliança Democrática que, por sua vez, foram formados em 2002, a partir da aglomeração de diversos partidos de esquerda, numa reforma política que acabou com as agremiações nanicas, algo que o Brasil esboça fazer.
A esquerda continua sendo minoritária em âmbito nacional, frente hegemonia de Uribe, mas tem maioria em Bogotá. Além disso, Moreno tem no currículo a maior votação da história da capital, pois foi eleito em 2007 com 915,7 mil votos, batendo por 2 mil votos o recorde de seu partidário e antecessor Luis Eduardo Garzon.
É com essa autoridade que Moreno rechaça veementemente a possibilidade do terceiro mandato presidencial, embora reconheça o sucesso da operação militar que resgatou sua amiga Ingrid Betancourt. Amiga que não poupou elogios ao governo Uribe ao deixar o cativeiro. Mas sobre isso Moreno prefere não se aprofundar e esperar para ver como o espectro político vai se acomodar.