postado em 06/07/2008 16:59
Noel Sáez, um dos emissários encarregados por França, Suíça e Espanha para estabelecer contatos com as Farc para a libertação de reféns na Colômbia, confirmou neste domingo (06/07) à AFP que manteve contato com a guerrilha antes do resgate de Ingrid Betancourt.
O ex-consul francês em Bogotá evitou comentar as suspeitas que pesam sobre outro emissário, o suíço Jean-Pierre Gontard, que segundo Bogotá teria entregue cerca de 500 mil dólares à guerrilha em março passado.
Sáez e Gontard chegaram no sábado, dia 28 de junho, a uma "zona das Farc" próxima à fronteira com o Equador e situada a cerca de 400 km do local onde Ingrid Betancourt foi resgatada, em uma operação do Exército colombiano, na quarta-feira passada (02/07).
Nesta "zona das Farc" os emissários se reuniram com um "homem de confiança de Alfonso Cano (o líder da guerrilha), a seu pedido", explicou Sáez.
Este homem pediu que "esperassem alguns dias" para obter a resposta de Alfonso Cano sobre as propostas para um possível acordo sobre os reféns, mas por razões de segurança, os emissários partiram sem a resposta e regressaram a Bogotá em 30 de junho, dois dias antes da operação que resgatou Ingrid e outros 14 reféns, segundo Sáez.
Fontes ligadas ao caso informaram que as autoridades colombianas "esperaram o retorno dos emissários para ativar a operação e evitar represálias contra o grupo".
O ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, admitiu na sexta-feira passada (04/07) que vazou informações para a imprensa sobre a missão dos emissários europeus, a fim de aumentar a credibilidade da falsa transferência dos reféns para outro acampamento das Farc, simulada pelos militares durante o resgate.
Santos também acusou Gontard de ser o "portador" de 500 mil dólares para as Farc em março passado, como aparece em arquivos encontrados no computador do número dois da guerrilha, Raúl Reyes, morto pelo Exército colombiano.