postado em 09/07/2008 14:13
BOGOTÁ - O marido de Ingrid Betancourt, Juan Carlos Lecompte, afirmou que a ex-refém da guerrilha colombiana das Farc pode ter deixado de amá-lo durante os seis anos e quatro meses de cativeiro, por isso não descarta uma separação, segundo entrevista publicada nesta quarta-feira (09/07).
"Não devo descartar que tudo tenha acabado com Ingrid. Pode acontecer. Não apenas acho isso agora, como já vinha pensando nisso. O amor por mim pode ter acabado na selva. E o que eu posso fazer?", disse o marido da política franco-colombiana ao jornal El Tiempo. Os dois se casaram em 30 de janeiro de 1997, mas viveram juntos por 13 anos.
Lecompte não viajou com Betancourt para Paris, onde a ex-candidata à presidência está desde quinta-feira com seus dois filhos e outros familiares recebendo as homenagens das autoridades francesas. Segundo ele, a decisão de permanecer em Bogotá foi tomada conjuntamente com sua esposa, resgatada em 2 de julho, que manifestou que queria ficar com seus filhos (do primeiro casamento) porque sente certa culpa de não tê-los visto crescer".
No entanto, confessou que ficou surpreso com a atitude fria da ex-senadora quando se encontraram no aeroporto militar de Bogotá após sua libertação pelo Exército colombiano. "Eu estou muito feliz com seu resgate, mas devo admitir que eu não esperava outra coisa. Esperava um forte abraço, nada de beijos, porque estávamos em público", destacou, indicando que nunca quis ser "protagonista na vida de Ingrid", mas tentou ajudá-la.
Lecompte destacou que Betancourt pode ter sido influenciada por rumores falsos sobre romances dele durante o seqüestro e disse que se sente maltratado pela mãe e pela irmã da dirigente com quem, reconheceu, nunca teve boa relação. "Ela sabe onde estarei no dia que quiser voltar. Mas, enquanto isso, e mesmo que isso não aconteça, com Ingrid ou sem ela minha vida vai continuar da maneira mais normal que puder", afirmou.