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Greve geral no Peru tem bloqueio de estradas, incêndio e 200 detidos

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postado em 10/07/2008 08:03
LIMA - A greve geral observada nesta quarta-feira no Peru contra a política econômica do presidente Alan García teve bloqueio de estradas, passeatas, incêndio de uma sede de governo regional e mais de 200 pessoas detidas após choques com a polícia. A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP, esquerda), que convocou o protesto, qualificou a paralisação de "contundente e bem sucedida em nível nacional". A greve foi convocada para protestar contra as promessas não cumpridas pelo governo e pela alta do custo de vida. Na cidade de Puerto Maldonado, na fronteira com o Brasil, manifestantes exaltados saquearam e incendiaram a sede do governo regional de Madre de Dios, informou o chefe de gabinete, Jorge del Castillo. "Uma turba descontrolada incendiou a sede do governo regional em Madre de Dios, atacando os funcionários com flechas", declarou Del Castillo. A turba enfurecida invadiu a sede do governo regional pouco depois do meio-dia e incendiou os escritórios, segundo a agência estatal Andina. Cerca de cem policiais tentaram, sem sucesso, conter os manifestantes, e três agentes foram feridos por flechas. O presidente peruano, Alan García, estimou que a população não apoiou a paralisação, mas admitiu que "há insatisfação em um grande setor da sociedade peruana". "Saúdo os que protestaram pacificamente e os que trabalharam...", disse García, que lamentou a violência em Puerto Maldonado. Segundo a polícia, 216 pessoas foram detidas nos diversos bloqueios montados pelos grevistas em várias estradas do país. As Forças Armadas e a polícia ocuparam pontos estratégicos durante a greve, como aeroportos e instalações de fornecimento de água e luz. Em Lima, a paralisação reduziu o fluxo do transporte público e cerca de 5 mil grevistas ocuparam a Praça Dois de Maio, onde discursaram vários sindicalistas. Segundo as centrais sindicais, os trabalhadores exigem do governo um aumento geral dos salários para compensar "a alta persistente do custo de vida", e a "mudança da política econômica neoliberal, que atenta contra os interesses dos mais pobres". A greve ocorre no momento em que o Peru atravessa um período de euforia econômica, com um crescimento de cerca de 9%, impulsionado pelo setor de mineração.

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